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Instituto Motiva amplia investimento para R$ 1 bilhão até 2035 e aposta em cidades sustentáveis

Organização social da Motiva quer transformar territórios críticos com foco em sustentabilidade urbana, cultura, saúde e educação

Renata Ruggiero, presidente do Instituto Motiva: “Queremos cidades mais verdes, inclusivas e humanas. Hoje, muitas pessoas apenas sobrevivem na cidade, mas não vivem nela” (Charles Trigueiro/Divulgação)

Renata Ruggiero, presidente do Instituto Motiva: “Queremos cidades mais verdes, inclusivas e humanas. Hoje, muitas pessoas apenas sobrevivem na cidade, mas não vivem nela” (Charles Trigueiro/Divulgação)

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 09h00.

Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 10h13.

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O Instituto Motiva, braço social da Motiva, empresa de infraestrutura de mobilidade brasileira, anunciou a revisão de sua estratégia de impacto e a ampliação do investimento previsto de R$ 750 milhões para R$ 1 bilhão até 2035.

A decisão, segundo Renata Ruggiero, presidente do Instituto Motiva, foi tomada após o marco de dez anos de atuação (quando a entidade ainda era chamada de Instituto CCR) e reflete uma visão mais ambiciosa de transformação urbana.

“Não se trata apenas de ampliar recursos financeiros. Queremos mobilizar também capital social e intelectual, convocando outros atores para criar soluções escaláveis e de impacto coletivo”, afirma Ruggiero.

Nova estratégia: cidades sustentáveis no centro

A revisão coloca o tema das cidades sustentáveis no centro da atuação do Instituto, em linha com o propósito da Motiva de melhorar a vida das pessoas por meio da mobilidade.

Até 2050, 93% da população brasileira deve viver em centros urbanos, segundo a ONU, o que amplia a urgência de investimentos em soluções para reduzir desigualdades, aumentar a resiliência climática e melhorar a qualidade de vida.

A gestão dos recursos seguirá três frentes:

  • Impacto local em territórios críticos – 20 áreas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul foram priorizadas. Nelas, o Instituto implementará o conceito de acupuntura urbana, pequenas intervenções estratégicas capazes de gerar transformações significativas.
  • Coalizões multissetoriais – articulação entre empresas, governo e sociedade civil. Um exemplo é a Coalizão para Descarbonização dos Transportes, que já reúne mais de 50 organizações e pode atrair R$ 600 bilhões em investimentos verdes para o Brasil.
  • Influência para a causa – apoio a iniciativas culturais e sociais de alcance nacional, como a Flip, o Museu do Amanhã e o Museu da Língua Portuguesa.

“Queremos quebrar o muro invisível que ainda afasta tantas pessoas da cultura e da educação sobre cidades sustentáveis", diz Ruggiero.

Resultados em 10 anos

Desde sua criação em 2014, o Instituto já destinou R$ 452 milhões, beneficiando mais de 22 milhões de pessoas em 555 municípios. Foram mais de 815 projetos realizados, com destaque para:

  • Cultura: apoio a festivais literários como Flip e FLUP, além de museus de referência nacional.
  • Educação: em 2025, lançou o Projeto Escolas Baseadas na Natureza, maior programa privado de fomento à educação ambiental em escolas públicas do país.
  • Saúde: o programa Caminhos para a Saúde ofereceu serviços gratuitos de prevenção em estações de transporte, escolas e aeroportos.
“Investir no verde é investir em saúde pública. Em regiões com menos áreas verdes, há mais internações hospitalares de idosos e crianças”, diz a presidente.

Olhar para o futuro

Para Ruggiero, a meta não é apenas financiar projetos, mas influenciar políticas públicas e inspirar mudanças estruturais. Um dos primeiros pilotos de coalizão territorial ocorrerá em Presidente Altino (SP), na divisa entre São Paulo e Osasco.

“Queremos cidades mais verdes, inclusivas e humanas. Hoje, muitas pessoas apenas sobrevivem na cidade, mas não vivem nela. Nosso papel é resgatar o potencial urbano de oferecer saúde, convivência e bem-estar”, diz a presidente.

Além de recursos próprios, que funcionam como capital catalítico, o Instituto pretende atrair parceiros públicos e privados para ampliar os resultados. “Cada real investido pode multiplicar seu efeito em diferentes cenários”, afirma.

Veja também: Ela foi atriz do Castelo Rá-Tim-Bum e hoje lidera uma empresa de ESG

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