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JBS estuda balancear dívida entre Brasil e Estados Unidos

Empresa possui dívida bruta de 15 bilhões de reais – e cerca de 80% desse total está alocada no Brasil

Wesley Batista, da JBS: a dívida concentra-se no Brasil, mas a receita da empresa se concentra nos Estados Unidos (Divulgação)

Wesley Batista, da JBS: a dívida concentra-se no Brasil, mas a receita da empresa se concentra nos Estados Unidos (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 17h10.

São Paulo - A JBS encerrou o ano de 2010 com uma dívida bruta de 15,5 bilhões de reais. Entre 75% e 85% do total está alocado no Brasil, e o restante nos Estados Unidos. Como a receita da empresa se concentra nos Estados Unidos – cerca de 70% dos 55 bilhões de reais obtidos em 2010 -, a atual distribuição da dívida causa uma certa desvantagem para a JBS no pagamento de impostos. Mas a empresa espera resolver o problema nos próximos três meses.

"Temos uma ineficiência tributária hoje na nossa operação, que é o desbalanceamento da nossa dívida”, disse Wesley Batista, presidente da JBS, em teleconferência com analistas realizada hoje (24/3).

Nos Estados Unidos, como a JBS tem pouca dívida e poucos juros, há um alto lucro antes de impostos – e conseqüente cobrança elevada de impostos sobre esse valor. Já no Brasil, o pagamento de juros sobre a dívida é alto e há pouco lucro antes de calcular o imposto que recairá sobre ele – o que faz o imposto ser menor.

Como no Brasil há o ágio (que pode ser usado para contrapor o pagamento de impostos), o desejo da empresa é levar parte da dívida para os Estados Unidos – proporcional à participação do país na receita da empresa. Desse modo, a JBS espera que o custo financeiro seja maior nos Estados Unidos para diminuir o lucro antes dos impostos e, consequentemente, a cobrança de impostos no país.

Opções

“A maior parte da dívida está aqui, mas temos muito ágio aqui, geramos forte resultado nos Estados Unidos e lá não tem ágio para ser amortizado”, disse Batista. A JBS pretende, então, alocar sua dívida conforme sua receita. O assunto é estudado pela empresa há seis meses e agora está nas vias finais de resolver quais serão os meios usados para essa transferência.

Há duas possibilidades e dois tipos de dívida: bancária e de mercado de capitais (bonds). “Ou pegamos dinheiro lá e pagamos aqui, ou pegamos a dívida que temos aqui e transferimos para lá”, disse Batista.


Uma das opções é levar os bonds para os Estados Unidos. Essa possibilidade pode enfrentar empecilhos jurídicos – que estão sendo analisados pelos advogados da empresa. A outra opção é contratar uma dívida nos Estados Unidos para pagar a dívida bancária no Brasil - nesse caso podem incidir impostos sobre a operação. A empresa prevê possíveis impactos desse balanceamento da dívida no balanço do segundo trimestre.
 

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