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Plano francês para usina da ArcelorMittal enfrenta críticas

Possibilidade de que usina seja nacionalizada contraria princípio da propriedade privada, afirmou a presidente do sindicato patronal MEDEF

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 20h40.

Paris - A presidente do sindicato patronal da França chamou, nesta quinta-feira, de "escandalosos" os planos do governo de assumir a siderúrgica de Florange da ArcelorMittal, levando o governo a acusá-la de ignorar as práticas da companhia.

O governo está envolvido em negociações com a ArcelorMittal sobre o destino de dois altos-fornos no local, os quais a companhia pretende fechar caso não consiga encontrar um comprador até sábado.

O caso é interpretado como um teste da promessa do presidente socialista François Hollande de evitar um acúmulo de demissões e reverter anos de declínio industrial na França.

Mas a presidente do sindicato patronal MEDEF, Laurence Parisot, disse que nacionalizar a siderúrgica vai contra o princípio da propriedade privada, após o ministro da Indústria do país, Arnaud Montebourg, dizer que o governo está pronto para uma tomada temporária de controle.

"Essa declaração é puramente e simplesmente escandalosa", disse Parisot à rádio RTL. "Minar o princípio da propriedade privada de maneira tão casual é algo muito sério, e mais, muito custoso".


O governo está estudando assumir temporariamente o controle da siderúrgica no nordeste da França, trazendo um investidor privado para operar a instalação e manter abertos os altos-fornos, que empregam 600 pessoas de um total de 2,7 mil no local.

Parisot disse que uma operação como essa seria uma "expropriação", levando o overno a acusá-la de ignorar as falhas nas práticas de negócios da ArcelorMittal.

"Eu gostaria que ela tivesse usado essa palavra ('escandalosos') quando o dono da instalação transferia uma grande parte de seus lucros de locais franceses para estabelecimentos em outros países, notavelmente para Luxemburgo", disse o ministério do Orçamento, Jérome Cahuzac.

Cahuzac disse que Parisot ignorou o que ele descreve como uma abordagem injusta sobre um local economicamente viável, buscando maximizar os lucros.

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