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Lilly aposta em inovação e esnoba genéricos

Líder no Brasil em vendas de medicamentos voltados para disfunção erétil, a farmacêutica está prestes a perder uma gorda fatia de sua receita com o produto


	Remédio para depressão da Eli Lilly: mas a companhia acredita que a entrada de produtos inovadores poderá compensar as perdas com as patentes que que expiram
 (Bloomberg)

Remédio para depressão da Eli Lilly: mas a companhia acredita que a entrada de produtos inovadores poderá compensar as perdas com as patentes que que expiram (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 07h50.

São Paulo - Na contramão da maioria das indústrias farmacêuticas com atuação no Brasil, a americana Eli Lilly mantém-se alheia à expansão dos medicamentos genéricos, segmento que já movimenta aproximadamente R$ 15 bilhões por ano. “Nosso foco continua sendo inovação. Não temos interesse em genéricos”, diz Julio Cesar Gay-Ger, presidente da Lilly no País.

A companhia não descarta, contudo, desenvolver no futuro medicamentos similares (também conhecidos como genérico de marca), mas esse setor não é ainda prioridade para o grupo, segundo o executivo.

Líder no Brasil em vendas de medicamentos voltados para disfunção erétil, com o Cialis, a farmacêutica está prestes a perder uma gorda fatia de sua receita com o produto, cuja patente expira em 2015.

No ano passado, as vendas desse medicamento alcançaram R$ 264,4 milhões no País, o que garantiu ao laboratório participação de 24% em faturamento, de acordo com dados da consultoria IMS Health. Em relação a 2012, as vendas cresceram 6,9%.

O mercado de disfunção erétil movimentou cerca de R$ 1,1 bilhão em 2013 no Brasil, um crescimento de 28,6% em relação a 2012. Desde que perdeu a patente em 2010, o Viagra (da americana Pfizer), principal concorrente do Cialis, viu suas vendas recuarem fortemente com a entrada das versões genéricas do produto.

O mesmo destino está reservado à Lilly, mas a companhia acredita que a entrada de produtos inovadores poderá compensar as perdas com as patentes que que expiram. Outros produtos da companhia com patentes vencidas, como o Cymbalta (antidepressivo), Prozac (antidepressivo) e Zyprexa (esquizofrenia), são considerados medicamentos maduros.


Mais inovação

“A farmacêutica tem 13 produtos inovadores em seu ‘pipeline’ (em desenvolvimento) já na fase 3 (estágio de pesquisa mais avançada) para diferentes terapias”, afirma Gay-Ger.

A companhia aposta suas fichas em produtos para tratamento de diabetes e oncologia. A farmacêutica também tem portfólio para tratamentos cardiovascular e depressão.

Com faturamento global de US$ 22,6 bilhões em 2012, a companhia investe cerca de 20% de suas vendas em pesquisa e desenvolvimento. O grupo não divulga vendas por país, mas, segundo Gay-Ger, a subsidiária brasileira deverá registrar um crescimento de 8% em 2013 sobre o ano anterior.

Especializada em saúde masculina, a farmacêutica começou a comercializar desde o fim do ano passado o medicamento Axeron (para reposição do hormônio testosterona). O produto é indicado para tratar o hipogonadismo, doença crônica que atinge cerca de 20% dos homens, que tem entre os principais sintomas a perda de libido, disfunção erétil,cansaço físico e alterações de humor.

Outro produto, o Livalo (colesterol), também é comercializado desde o fim do ano passado. A Lilly fechou parceria com a farmacêutica nacional Biolab para distribuir o produto (estatina) no País, desenvolvido pela japonesa Kowa.

Fábrica

No País, a empresa está investindo R$ 15 milhões para renovar o setor de embalagens de sua fábrica instalada na cidade de São Paulo. Atualmente são fabricadas 10 milhões de embalagens por ano.

A expectativa é aumentar a capacidade da fábrica. Nessa unidade são produzidos os medicamentos Cialis, Evista (osteoporose), Prozac (antidepressivo) e Zyprexa (esquizofrenia).

A unidade brasileira é uma das mais modernas da companhia na América Latina, após receber pesados aportes entre 2003 e 2004. Atualmente, 5% da produção de Zyprexa, Cialis e Evista é exportado para Argentina, Chile e Uruguai. A fábrica produz de 50 a 60 milhões de comprimidos por ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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