Negócios

Monitoramento de e-mails malfeito prejudica o rendimento

Pesquisa revela que a política de privacidade de funcionários pode afetar não apenas a confiança, mas o desempenho financeiro da empresa

Sensação de estar sendo vigiado cria ambiente de desconfiança e desgaste entre funcionário e chefe (Armin Hanisch)

Sensação de estar sendo vigiado cria ambiente de desconfiança e desgaste entre funcionário e chefe (Armin Hanisch)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 16h25.

São Paulo – “O Grande Irmão está te observando”. A frase, usada na propaganda do Estado totalitário representado no livro 1984, de George Orwell, é uma forma exagerada do que se pode encontrar no mundo corporativo atual. Com cada vez mais meios tecnológicos para vigiar a atividade online de funcionários, os gestores se tornam verdadeiros “Big Brothers” e geram desconfiança. Uma pesquisa feita na Central Connecticut State University, nos Estados Unidos, e divulgada pelo Journal of Business Communication, revela que uma política de monitoramento de e-mails mal esclarecida prejudica a relação entre funcionários e gestores.

Segundo o estudo, profissionais que acreditam que seus empregadores estão vigiando suas correspondências eletrônicas sem o devido cuidado tendem a confiar menos em seus chefes e colegas de trabalho. Além disso, empresas que não são claras em relação a suas políticas de monitoramento de e-mails não apenas prejudicam o ambiente de trabalho, como também tiveram impactos financeiros negativos, por gastarem mais na substituição de funcionários insatisfeitos com a falta de privacidade.

Mais de 300 profissionais de várias idades, cargos e de empresas públicas e privadas participaram da pesquisa, que usou testes psicológicos padronizados para analisar as relações entre os participantes e seus colegas e chefes. Esse método também permitiu estabelecer uma relação entre o nível de “paranóia” do trabalhador e os níveis de privacidade e espionagem percebidos por ele na empresa. Dessa forma, o estudo mostrou que empregados que trabalham para companhias com mais restrições relativas a e-mails são mais propensos a ficar desconfiados sobre o respeito que a empresa tem por sua vida particular.

Moderação

Não é para menos. Dados de 2009 da empresa de segurança Proofpoint, revelam que, nos Estados Unidos, 38% das grandes empresas americanas pagam outros profissionais para vigiar o que está sendo dito nas comunicações internas. Apesar de não ser crime monitorar as mensagens eletrônicas internas, feitas por meio dos e-mails corporativos, a empresa precisa tomar cuidado na hora de olhar o que está sendo dito durante o expediente. É necessário fazer com que as pessoas se sintam seguras e confiantes em relação à organização.

O primeiro passo é explicar exatamente que a política de monitoramento de e-mails não foi criada para bisbilhotar a vida alheia, mas para evitar o vazamento de informações importantes ou o assédio moral via correio eletrônico. O autor da pesquisa também orienta as empresas a adotar uma política moderada de monitoramento, que preserve sua autoridade, mas não extrapole os limites da legalidade e da necessidade.

Acompanhe tudo sobre:gestao-de-negociosRentabilidadeDesempenhoE-mailseguranca-digital

Mais de Negócios

Indústria brasileira mais que dobra uso de inteligência artificial em dois anos

MIT revela como empreendedores estão usando IA para acelerar startups

Um dos cientistas de IA mais brilhantes do mundo escolheu abandonar os EUA para viver na China

Investimentos globais em IA devem atingir 1,5 trilhão de dólares em 2025, projeta Gartner