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No Colégio Poliedro, alunos do ensino médio vivem um “spoiler” da vida profissional

Com mais de 60 itinerários formativos, o Colégio Poliedro de Campinas oferece vivências profissionais em áreas como medicina, engenharia, moda e diplomacia

Projeto pedagógico do Poliedro Campinas permite que estudantes vivam experiências reais de diversas profissões (Arquivo Pessoal)

Projeto pedagógico do Poliedro Campinas permite que estudantes vivam experiências reais de diversas profissões (Arquivo Pessoal)

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

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Publicado em 3 de novembro de 2025 às 14h00.

No Colégio Poliedro de Campinas, alunos do ensino médio vivem, literalmente, um “spoiler” da vida profissional. Por meio de um projeto pedagógico que vai além das disciplinas tradicionais, a escola implantou um modelo de itinerários formativos que permite aos estudantes experimentar, ainda durante o período escolar, rotinas práticas de profissões como medicina, veterinária, gastronomia, direito e engenharia. 

São mais de 60 opções por ano, ofertadas no contraturno, mas integradas à grade curricular – o que faz da iniciativa uma das mais robustas do país nesse formato.

“Hoje, o estudante tem a oportunidade de cursar 12 itinerários diferentes ao longo de dois anos”, explica Bernardo Hallack Fabrino, coordenador do ensino médio no Poliedro Campinas. “Ele pode tanto se aprofundar em áreas com as quais já tem afinidade quanto testar territórios completamente novos.”

As atividades acontecem às quintas-feiras à tarde, divididas em dois blocos de aula de 100 minutos cada. A cada trimestre, os alunos escolhem dois itinerários, o que garante diversidade de experiências ao longo dos seis trimestres da 1ª e 2ª série.

Alunos do Poliedro Campinas aprendem técnicas de gastronomia em aulas práticas que simulam o dia a dia de uma cozinha profissional (Arquivo Pessoal)

Como funciona o projeto

Os itinerários formativos são aulas de caráter teórico-prático, conduzidas por professores da própria escola ou por profissionais de mercado. Cerca de 40% são ministrados por docentes internos e 60% por especialistas externos, como médicos, advogados, estilistas e engenheiros.

A dinâmica é estruturada para oferecer contato direto com práticas reais – desde a simulação de consultas médicas até o desenvolvimento de peças no ateliê de moda. 

“A ideia é trazer repertório e provocar o aluno a pensar sobre sua trajetória, seja aprofundando uma área de interesse, seja explorando outras que desconhece completamente”, afirma.

A oferta é extensa: há itinerários sobre psicologia, economia, gastronomia, microbiologia, direito, engenharia e relações internacionais. A escolha das disciplinas também considera o desejo dos alunos. No fim de cada ano, a escola realiza uma escuta ativa para mapear interesses e sugerir novos caminhos para o ano seguinte.

O itinerário de Medicina é um dos mais procurados pelos estudantes do Poliedro Campinas (Arquivo Pessoal)

O impacto na formação dos estudantes

O projeto busca equilibrar o desenvolvimento de competências técnicas e humanas. 

“Muitas escolas ainda mantêm um ensino médio extremamente conteudista. Mas o mundo hoje exige mais do que isso”, diz o coordenador. 

Segundo Bernardo, as vivências colaboram para a maturidade dos estudantes, promovem o autoconhecimento e ajudam na escolha consciente da futura carreira. 

“Temos casos de alunos que chegaram decididos a cursar Medicina e mudaram de ideia ao experimentar um pouco da rotina da área. Outros se descobriram em áreas que nem consideravam. Esse processo de experimentação orientada é transformador.”

Além disso, o ambiente das aulas estimula a colaboração entre diferentes faixas etárias. Os itinerários são frequentados por alunos da 1ª e 2ª séries juntos, o que favorece o desenvolvimento de competências socioemocionais e relações de liderança.

Alunos da 1ª e 2ª séries dividem atividades, criando um ambiente de troca entre diferentes idades (Arquivo Pessoal)

A experiência dos alunos

Para Isabella Sampaio da Costa, aluna da 2ª série, os itinerários serviram como confirmação definitiva de sua escolha profissional. Interessada desde pequena pela área da saúde, ela participou de atividades como o Med Maker, voltado à criação de modelos anatômicos, e o Med Anatomy, simulação de atendimentos clínicos.

“Sempre soube que queria algo na área da saúde, mas ainda tinha dúvidas entre medicina, enfermagem ou biomedicina. Os itinerários me deram uma base enorme para ter certeza do que eu realmente queria”, conta. 

A vivência, segundo ela, extrapolou a sala de aula. “Me deu vontade de fazer cursos da USP e da Unicamp, justamente por causa da experiência que tive aqui.”

Francisco Almeida Pinheiro, também da 2ª série, aproveitou o projeto para testar caminhos antes de se decidir pela engenharia elétrica. Cursou Ferramentaria, voltado ao uso prático de ferramentas, além do PoliONU, uma simulação de conferências da ONU.

“No início do ano eu ainda cogitava Direito. Conforme os itinerários avançaram, percebi que minha afinidade está mesmo na engenharia elétrica”, afirma. “É muito importante poder abrir novos caminhos e novos olhos antes de tomar uma decisão definitiva.”

Aulas práticas permitem que os estudantes aprendam sobre anatomia animal, cuidados clínicos e comportamento (Arquivo Pessoal)

Planos e perspectivas

Além de Campinas, as demais unidades próprias do grupo, localizadas em São Paulo e São José dos Campos, também possuem e adotam modelos próprios de itinerários. Sucesso entre os estudantes, a proposta do Poliedro Campinas se destaca pelo número de opções, formato dinâmico e foco na integração entre escola e vida real.

“É um projeto que transforma. Os alunos saem mais preparados, mais conscientes e com uma visão de mundo ampliada”, diz Hallack.

“O ensino médio precisa ser mais do que uma preparação para o vestibular. Precisa formar pessoas capazes de atuar com inteligência, criatividade e empatia no mundo”, conclui.

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