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A empresa dela cresceu 17.916% apostando num cliente exigente e pouco conhecido

A startup carioca, criada por ex-sócios da Inoa, conquistou um crescimento expressivo com produtos voltados ao mercado financeiro

Veronica Taquette, CEO da Maravi: “O mercado financeiro exige muita excelência” (Leandro Fonseca /Exame)

Veronica Taquette, CEO da Maravi: “O mercado financeiro exige muita excelência” (Leandro Fonseca /Exame)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 05h41.

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A jornada de um empreendedor pode ser cheia de reviravoltas, mas para Veronica Taquette, fundadora da fintech Maravi, a trajetória se assemelha mais a uma montanha-russa. Depois de duas décadas de experiência na interseção entre tecnologia e finanças, Taquette lidera agora uma startup que conquistou um crescimento de 17.916% em um ano.

Fundada em 2023, a Maravi tem como missão proporcionar às gestoras de fundos de investimento as ferramentas necessárias para automatizar processos que antes eram feitos manualmente, como cálculos e operações financeiras complexas.

A receita da empresa saltou de R$ 15.986,25 em 2023 para R$ 2,88 milhões em 2024, garantindo o 2° lugar na categoria Novatas do ranking EXAME Negócios em Expansão 2025.

Como tudo começou?

Formada em engenharia de computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Veronica Taquette iniciou a trajetória empreendedora ainda na faculdade, no início dos anos 2000, quando tentou criar um sistema de pagamento móvel.

A experiência, no entanto, a fez perceber que talvez não fosse o momento certo para se lançar no empreendedorismo. “Reprovei em cálculo 2 e pensei, ‘pera aí, ainda não está na hora’”, brinca a carioca.

Depois de formada, a empreendedora fundou a Fly, uma startup focada em sistemas para empresas de bilhetagem, mas saiu do negócio após desentendimentos com os sócios sobre a estratégia da empresa.

Taquette então abriu a VTEC, uma consultoria em tecnologia, mas saiu após ser convidada a se tornar sócia da Inoa, desenvolvedora de sistemas para o mercado financeiro.

Quase dez anos depois, em 2023, Taquette e quatro sócios fundaram a Maravi, uma fintech voltada para o mercado de gestão de fundos.

O que faz a Maravi?

A Maravi oferece ferramentas que automatizam processos críticos para as gestoras de fundos, incluindo cálculos financeiros pesados e compliance regulatório.

O produto principal da fintech é o Blue Deck, uma plataforma que busca ser a "espinha dorsal" das operações das gestoras.

“O mercado financeiro exige muita excelência. A ideia era criar um produto que facilitasse a automação e tornasse os processos mais eficientes, principalmente aqueles que exigem muita complexidade e precisão”, explica Taquette.

O Blue Deck é projetado para ajudar as gestoras a monitorar riscos e compliance, enquanto o Intelligence Deck, segundo produto da fintech, oferece insights para ajudar na tomada de decisões estratégicas.

Por que o crescimento?

Mesmo com um ano de operação, a Maravi viu a receita alcançar R$ 2,88 milhões. Esse salto foi impulsionado pela experiência acumulada pelo time de sócios. Todos têm experiência prévia no mercado financeiro ou em tecnologia.

Além disso, o mercado ainda é muito pulverizado, com diversas gestoras utilizando sistemas caseiros ou planilhas para gerenciar suas operações.

A startup começou com um time reduzido, mas muito bem estruturado. Hoje, a empresa conta com 40 funcionários, sendo 15 sócios.

“Quando decidimos fundar a Maravi, sabíamos exatamente onde queríamos chegar. O crescimento foi natural porque oferecemos um produto que resolve um problema real do mercado financeiro”, diz Taquette.

O que vem por aí?

Em um setor dominado por planilhas e atendendo um cliente que demanda precisão, a Maravi quer (e tem tudo para) ser a principal plataforma para gestoras de fundos no Brasil.

“Até agora, não há um vencedor claro nesse setor, e acreditamos que a Maravi tem potencial para se tornar esse líder”, afirma Taquette.

O que é o ranking Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.

Em 2025, a pesquisa avaliou as empresas que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2024. A análise considerou negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.

São 470 empresas que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2025.

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