Negócios

Outback, Coco Bambu e mais: Shopping Metrô Tatuapé investe R$ 30 milhões para atrair novo público

Com 4 milhões de visitantes mensais, Complexo Tatuapé investe em espaço gastronômico com bares e restaurantes em busca de um novo perfil de consumidor

Messias Mattos, coordenador da administração-geral do Grupo AD: “Estamos criando um espaço que atende tanto o público de negócios que cresce na região" (divulgação/Divulgação)

Messias Mattos, coordenador da administração-geral do Grupo AD: “Estamos criando um espaço que atende tanto o público de negócios que cresce na região" (divulgação/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 16 de maio de 2025 às 10h25.

Última atualização em 16 de maio de 2025 às 10h50.

O mercado de shoppings vive uma fase de ajustes. A concorrência com o comércio digital e o desafio de manter o público dentro dos espaços físicos levam o setor a redesenhar conceitos e ambientes. Em um movimento que acompanha essas mudanças, o Shopping Metrô Tatuapé, um dos maiores da zona leste de São Paulo, anunciou um investimento de R$ 30 milhões para criar um novo espaço gastronômico, visando atrair um novo público e manter sua relevância.

Segundo a pesquisa da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 31% dos consumidores buscam atividades de entretenimento e convivência, ficando atrás apenas das compras. O levantamento também aponta que a gastronomia já representa 17,5% das lojas nos shoppings, e que o setor investe fortemente em entretenimento e experiências imersivas para atrair e fidelizar o público. O projeto do Metrô Tatuapé segue essa tendência ao apostar em uma oferta gastronômica mais diversificada e experiências diferenciadas.

A nova área gourmet ocupará cerca de 3 mil metros quadrados e contará com 10 operações gastronômicas, entre elas Outback, Coco Bambu, Madero, Bar do Alemão, entre outros. “Estamos criando um espaço que atende tanto o público de negócios que cresce na região, como famílias e grupos que frequentam o shopping nos fins de semana”, afirma Messias Mattos, coordenador da administração-geral do Grupo AD, que administra o complexo.

O Complexo Tatuapé é formado por dois shoppings: o Metrô Tatuapé, com 28 anos, e o Boulevard Tatuapé, com 15 anos. Juntos, somam cerca de 200 mil metros quadrados e 500 lojas. Em 2024, as vendas chegaram a R$ 1,5 bilhão, com uma projeção de crescimento de 12% para este ano. O complexo recebe mais de 4 milhões de visitantes por mês, sendo que dois terços desse público utilizam transporte público, em um corredor estratégico da cidade.

Apesar do fluxo intenso, o complexo enfrenta o desafio de atualizar sua oferta para atender às novas demandas, especialmente no setor de alimentação. A estratégia acompanha a mudança no comportamento do consumidor, que busca mais do que uma praça de alimentação tradicional: deseja restaurantes com serviço à mesa, ambientes para reuniões de negócios e opções de lazer mais elaboradas. Com o novo espaço, o shopping estima aumentar o fluxo de pessoas em 5%.

A zona leste, onde está localizado o complexo, vive um momento de lançamentos imobiliários residenciais e comerciais, impulsionados por empreendimentos como o Platino 220, o prédio mais alto da cidade. Essa movimentação reforça a demanda local por serviços e alimentação, mas o perfil do consumidor na região é distinto da zona oeste ou centro, com hábitos e renda variados.

O principal diferencial do novo espaço está no perfil do público e nas operações. Enquanto a praça de alimentação do shopping, com 1.200 lugares, atende quem busca refeições rápidas e conhecidas, a nova área do shopping mira consumidores que querem um serviço diferenciado, ambiente para reuniões ou lazer tranquilo. “O ticket médio é mais alto, o serviço é diferente, é um perfil de quem quer aproveitar o momento”, diz Mattos.

O espaço também ganhará uma área externa revitalizada, com playground, espelho d’água e paisagismo, idealizada para aumentar o tempo de permanência no shopping. O Complexo Tatuapé quer se consolidar como um destino de lazer, gastronomia e conveniência na zona leste. O investimento atual é parte de um reposicionamento que inclui modernização de ambientes, mix de lojas e ampliação de serviços.

“Shopping é lugar de convivência, algo que o e-commerce não substitui. O gestor precisa ser ágil, capaz de antecipar demandas e trazer serviços que façam o consumidor voltar”, afirma Mattos.

O desafio maior é fazer o público perceber o valor da experiência física diante das facilidades do digital. A abertura progressiva dos restaurantes está prevista para junho, com a finalização do espaço externo em julho.

Acompanhe tudo sobre:Shopping centersSão Paulo capital

Mais de Negócios

20 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para abrir até o Natal

Os planos desta empresa para colocar um hotel de R$ 70 milhões do Hilton em Caraguatatuba

Conheça os líderes brasileiros homenageados em noite de gala nos EUA

'Não se faz inovação sem povo', diz CEO de evento tech para 90 mil no Recife