Negócios

Petrobras diz estar aberta a diálogo na Argentina

A Petrobras, uma das empresas que perdeu a concessão, informou em comunicado que foi notificada nesta quarta pelo governo de Neuquén sobre a decisão de decretar "unilateralmente"

Plataforma P-56 da Petrobras em Angra dos Reis (Ari Versiani/AFP)

Plataforma P-56 da Petrobras em Angra dos Reis (Ari Versiani/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 21h25.

Buenos Aires - A filial argentina da Petrobras, que teve uma concessão petrolífera cassada na província argentina de Neuquén, disse nesta quarta-feira que realizou os investimentos requeridos e que está à disposição para dialogar na busca de uma solução.

Neuquén, principal província produtora de gás da Argentina, cassou a concessão de três áreas petrolíferas alegando que as empresas não teriam realizado os investimentos necessários para aumentar a sua produção.

A Petrobras, uma das empresas que perdeu a concessão, informou em comunicado que foi notificada nesta quarta pelo governo de Neuquén sobre a decisão de decretar "unilateralmente" o vencimento da concessão de exploração da área Veta Escondida.

"A Petrobras esclarece que cumpriu com todos os requisitos de concessionários e que no seu entender continua vigente o acordo de exploração e explotação, no marco de seus direitos de concessão e de renegociação", disse a empresa.

Em 2008, a Petrobras havia renovado o contrato de concessão até 2027, segundo a empresa.


Uma fonte da estatal que pediu para não ser identificada disse anteriormente no Brasil que a expectativa da companhia é que o caso ainda poderá ser revertido. A Petrobras está tentando uma solução, acrescentou a fonte.

A petroleira, que é a operadora e tem ainda 55 por cento da concessão na área argentina, informou que no último triênio realizou desembolsos de mais de 10 milhões de dólares para buscar novas reservas de hidrocarbonetos.

A Petrobras atua em 19 áreas de produção em terra na Argentina, além de 14 áreas de exploração, três delas marítimas.

"Embora a Petrobras não tenha incorrido em nenhum descumprimento que admita essa decisão do governo de Neuquén, a companhia continua à disposição das autoridades provinciais, com o objetivo de manter um diálogo construtivo", disse.

Outras áreas - As áreas envolvidas na disputa são Veta Escondida, Covunco Norte e Fortín de Piedras.

"No caso da área Veta Escondida -concessionada à Petrobras Energía - verificou-se que permanece sem produção nem reservas comprovadas e com investimentos insuficientes", afirmou o Ministério de Energia, Ambiente e Serviços Públicos da Província, segundo a agência oficial Télam.

Por sua vez, "a área Covunco Norte -concessionada à Argenta Argentina, permanece sem produção nem reservas, e sem investimentos comprovados", disse a província, acrescentando que em Fortín de Piedras, que era operada pela Tecpetrol, "constatou-se que se encontra sem produção e com investimentos insuficientes para o desenvolvimento integral da superfície abarcada pela concessão".


Télam disse que um decreto do governo provincial de Neuquén declarou que "há contínua avaliação e análise de outras áreas nas quais há baixa produção ou de médio porte, baixo investimento ou falta de investimento".

Os três campos serão transferidos à empresa estatal de energia de Neuquén, e o governo disse que a transferência dos ativos não afetaria a atividade no setor ou postos de trabalho.

Em Neuquén, localiza-se a área conhecida como Vaca Muerta, um campo não convencional que poderia duplicar a produção de energia da Argentina dentro de uma década.

Na zona petrolífera, a YPF conta com concessões em torno de 40 por cento.

A YPF, maior petrolífera argentina e controlada pela espanhola Repsol, está sob pressão do governo nacional e dos distritos petroleiros para aumentar sua produção, em queda, de petróleo e gás natural, em momentos em que o governo deve realizar importações milionárias de produtos energéticos.

Diversas províncias argentinas cassaram recentemente áreas petrolíferas da YPF, argumentando falta de investimentos ou baixa produção.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoIndústria do petróleoAmérica LatinaEnergiaArgentinaCombustíveis

Mais de Negócios

Indústria brasileira mais que dobra uso de inteligência artificial em dois anos

MIT revela como empreendedores estão usando IA para acelerar startups

Um dos cientistas de IA mais brilhantes do mundo escolheu abandonar os EUA para viver na China

Investimentos globais em IA devem atingir 1,5 trilhão de dólares em 2025, projeta Gartner