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Petrobras estima receber mais R$5,5 bi desviados por corrupção

Segundo a estatal, existem mais oito ações de improbidade administrativa em que o potencial ressarcimento é de 5,5 bilhões de reais

Pedro Parente: "A Petrobras está tomando todas as medidas necessárias para a integral reparação dos prejuízos sofridos" (Sergio Moraes / Reuters)

Pedro Parente: "A Petrobras está tomando todas as medidas necessárias para a integral reparação dos prejuízos sofridos" (Sergio Moraes / Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 16h38.

Última atualização em 18 de novembro de 2016 às 19h45.

São Paulo - A Petrobras espera receber outros 5,5 bilhões de reais em dinheiro desviado pelos esquemas de corrupção que afetaram as finanças da empresa, afirmou o presidente-executivo da estatal, Pedro Parente, após receber nesta sexta-feira cerca de 204 milhões de reais recuperados pela Operação Lava Jato.

Segundo a estatal, existem mais oito ações de improbidade administrativa em que o potencial ressarcimento é de 5,5 bilhões de reais, nos quais a Petrobras atua como coautora --sete do Ministério Público Federal (MPF) e uma da União.

"A Petrobras está tomando todas as medidas necessárias para a integral reparação dos prejuízos sofridos, inclusive com relação à sua reputação", disse Parente, que participou nesta sexta-feira de evento com integrantes do MPF no Paraná.

Outros cerca de 450 milhões de reais já haviam sido entregues à companhia desde 2015.

No passado, a perda por corrupção estimada pela empresa foi de 6,2 bilhões de reais.

A companhia se considera vítima da corrupção, que envolveu um esquema de pagamento de propina e fraude de licitações de obras da estatal, com a participação de políticos, partidos, empreiteiras e ex-executivos da Petrobras.

"O valor desse gesto hoje não está apenas nos milhões que a companhia recupera, mas no valor de que ninguém está acima da Lei", acrescentou o executivo.

Também já foram fixadas pela Justiça em Curitiba multas penais que somam aproximadamente 730 milhões de reais referentes à parte de 30 ações penais ajuizadas pelo MPF em que a Petrobras é assistente de acusação, segundo nota da estatal.

A empresa relatou ainda que a companhia foi admitida como interessada no processo administrativo instaurado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para apurar a existência de cartel envolvendo fornecedores.

Com isso, a Petrobras pretende agir diretamente na produção de provas para evidenciar o cartel perante o Cade, buscando, na medida do possível, a celeridade do processo, "cujo resultado positivo para a companhia facilitaria, em muito, ações posteriores de ressarcimento".

Há ainda a expectativa de novos ressarcimentos em virtude da celebração de acordos de leniência entre as autoridades públicas e as pessoas jurídicas sob investigação por essas autoridades, acrescentou a empresa.

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