Negócios

Produção e venda de veículos sobem no mês, mas sem recuperar nível de 2019

Apesar da alta, produção, volume ainda representa queda de 36,2% sobre o desempenho de um ano antes; vendas de julho subiram 31,4% sobre junho

Carros em São Paulo: setor produziu 170,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em julho, mas o volume ainda representa uma queda sobre o desempenho de um ano antes, de 36,2% (Levi Bianco/Getty Images)

Carros em São Paulo: setor produziu 170,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em julho, mas o volume ainda representa uma queda sobre o desempenho de um ano antes, de 36,2% (Levi Bianco/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de agosto de 2020 às 11h46.

Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 11h52.

 A indústria brasileira de veículos seguiu em julho tendência iniciada com a flexibilização das medidas de isolamento social pelo país e elevou a produção em 73% sobre junho, incentivada por incremento de vendas no mercado interno e retorno de alguns embarques de exportação.

O setor produziu 170,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em julho, mas o volume ainda representa uma queda sobre o desempenho de um ano antes, de 36,2%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela associação que representa as montadoras, Anfavea.

"Praticamente todas as montadoras estão agora produzindo, mas num ritmo menor que antes", disse o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes. "As montadoras voltaram com um só turno e mesmo aquelas que voltaram com dois turnos, fizeram isso por conta dos cuidados para terem menos concentração de pessoas nas linhas de produção", acrescentou.

As vendas de julho subiram 31,4% sobre junho, terceira alta mensal consecutiva, para 174,5 mil unidades. Isso equivale a uma média por dia útil em julho de 7,6 mil veículos ante médias de 6,3 mil em junho e 10,6 mil em julho do ano passado.

No acumulado do ano sobre o mesmo período de 2019, a indústria mostra quedas de 48,3% na produção e de 36,6% nos licenciamentos.

A retração na atividade do setor implicou até agora demissões de 3.500 trabalhadores do setor, que encerrou julho com 122,5 mil postos de trabalho ocupados.

O setor tinha no mês passado estoque de montadoras e concessionárias 138,3 mil veículos novos, segundo dados da Anfavea, ante 157,6 mil em junho. Moraes afirmou que o volume de julho equivale a uma comercialização durante 24 dias e que a indústria está se ajustando para operar "neste novo ritmo do mercado".

Apesar disso, ele afirmou que ainda é cedo para fazer estimativas de desempenho do setor até o final do ano, diante das incertezas trazidas pelos impactos das medidas de isolamento social sobre a economia.

O executivo comentou ainda que os bancos voltaram a conceder financiamentos para aquisição de veículos, mas que os juros cobrados, em média, no crédito direto a consumidor (CDC) estão elevados, da ordem de 19% ao ano.

Na quarta-feira à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros do país (Selic) para 2% ao ano.

Acompanhe tudo sobre:CarrosVeículosIndústriaPandemia

Mais de Negócios

Depois da Shein, França denuncia seis sites por venda de itens ilícitos

Distribuidora de lubrificantes azeita expansão com sua nova sede no PR

Do Piauí ao mundo: Como um colégio de Teresina virou referência em aprovações no ITA e no exterior

Como uma marca de jeans saiu de US$ 100 mil para US$ 16 mi sem gastar com anúncios