RD Saúde: rede de farmácias lidera com receita de R$ 41.7 bilhões e 3.230 lojas (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 15h08.
Última atualização em 26 de agosto de 2025 às 15h13.
As farmácias e perfumarias se consolidaram como grandes protagonistas do varejo brasileiro. Segundo o levantamento do Instituto Retail Think Tank (IRTT), que dá continuidade aos estudos iniciados pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), as 23 redes do segmento entre as 300 maiores varejistas do país somaram R$ 167,2 bilhões em vendas em 2024, o equivalente a 13,4% do total dessas empresas.
O crescimento do setor é expressivo. Considerando apenas as redes que divulgaram suas vendas nos últimos dois anos, o avanço foi de 15,4%.
Com 17.878 lojas físicas e presença digital consolidada (apenas duas das 23 redes não operam e-commerce), o segmento acompanha de perto as mudanças no comportamento do consumidor para se manter relevante.
Apesar de ser o quarto maior setor em número de unidades, o segmento ocupa a segunda posição em participação nas vendas. RD Saúde e Grupo Boticário estão entre os cinco maiores varejistas do país, enquanto Natura&Co, DPSP e Pague Menos figuram entre os 20 maiores.
Posição | Empresa | Vendas 2024 (R$ bilhões) | Nº de lojas em 2024 |
---|---|---|---|
1ª | RD Saúde | 41.7 | 3.230 |
2ª | Grupo Boticário | 35.7 | 3.911 |
3ª | Natura&Co | 16.8 | 800 |
4ª | DSPS | 16.1 | 1.600 |
5ª | Pague Menos | 13.5 | 1.649 |
6ª | Farmácia São João | 8 | 1.200 |
7ª | Panvel Farmácias | 5 | 631 |
8ª | Drograria Araújo | 4.4 | 490 |
9ª | Clamed Farmácias | 3.4 | 650 |
10ª | Drogal | 3 | 397 |
Apesar de uma queda acumulada de mais de 30% no ano, a RD Saúde apesentou sinais de melhora operacional no segundo trimestre, incluindo crescimento de vendas, eficiência administrativa e EBITDA acima das projeções.
No segundo trimestre de 2025, a receita bruta da companhia cresceu 12% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 11,6 bilhões. O EBITDA ajustado atingiu R$ 885 milhões, alta de 7,3%, cerca de 11% acima da estimativa média dos analistas.
O crescimento das vendas também se destacou. A produtividade das lojas subiu para R$ 1,2 milhão de faturamento médio mensal por unidade. As vendas digitais avançaram 52%, impulsionadas por novos medicamentos para diabetes e obesidade, já representando 24% do total da receita.
Apesar de pressões nas margens, provocadas por medicamentos de menor rentabilidade, a empresa conseguiu conter impactos por meio de eficiência logística e diluição de despesas.
O resultado trouxe alívio ao mercado, após frustração no primeiro trimestre, e reforçou a percepção de que a RD Saúde conseguiu recuperar eficiência e crescimento sustentável. Analistas destacam, porém, que desafios permanecem, especialmente no segmento de higiene e cuidados pessoais, marcado por maior concorrência e margens mais estreitas.
A performance do segmento é resultado não apenas de um cenário macroeconômico favorável, mas também de uma atuação estratégica que alia consistência de formatos, expansão omnicanal e diversificação de produtos e serviços.
Segundo a pesquisa, o crescimento do setor também é impulsionado por tendências de longo prazo. "O envelhecimento da população aumenta a demanda por medicamentos e produtos que retardam os efeitos do tempo", diz.
Além disso, o levantamento cita a valorização do bem-estar, saúde física e mental, com espaço para linhas nutricionais, cosméticos e soluções voltadas para rituais de autocuidado em casa, como momentos de relaxamento. A chamada economia do bem-estar movimenta no Brasil mais de US$ 5 bilhões por ano.