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Rejeitado por todos, ele criou um império de frango frito que fatura US$ 5 bilhões por ano

Cada unidade da rede fatura, em média, o dobro de concorrentes diretos — e sem precisar diversificar o cardápio

Todd Graves: como transformar rejeições em um negócio bilionário (Divulgação)

Todd Graves: como transformar rejeições em um negócio bilionário (Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 16 de maio de 2025 às 10h04.

Uma ideia rejeitada por professores, investidores e bancos virou uma das redes de fast food mais lucrativas dos Estados Unidos. Com um cardápio enxuto e uma base de fãs fanática, o Raising Cane's transformou tiras de frango em bilhões.

Todd Graves, fundador do Raising Cane's, é hoje um bilionário com fortuna estimada em 17,2 bilhões de dólares. O negócio que começou com uma única loja em Louisiana em 1996, hoje opera quase 900 unidades nos Estados Unidos e ultrapassou 5,1 bilhões de dólares em vendas em 2024.

A história volta aos holofotes agora porque Graves quase dobrou seu patrimônio em um ano. O segredo? Um cardápio limitado, presença agressiva nas redes sociais, parcerias com celebridades e uma expansão acelerada, com mais de 100 novas unidades abertas só no ano passado.

"Sou uma máquina de mídias sociais", disse Graves em entrevista à revista norte-americana Forbes. “Tenho uma equipe inteira me apoiando e eu vivo isso todos os dias. Vou divulgar seu produto e ajudar você a expandi-lo com baixos custos de aquisição.”

Para os próximos anos, Graves planeja dobrar o tamanho da rede. A meta é chegar a 1.600 restaurantes, com 10 bilhões de dólares em vendas e presença internacional. “Queremos estar entre as 10 maiores marcas de restaurantes dos EUA. Vamos retribuir 100 milhões de dólares às comunidades”, afirmou na ocasião.

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Ideia rejeitada virou negócio bilionário

A trajetória de Graves começou com uma ideia simples: vender apenas tiras de frango frito. Mas o conceito foi ridicularizado.

Um professor universitário deu a pior nota da turma. Investidores e bancos recusaram seu plano.

Sem apoio, ele decidiu levantar o capital sozinho — trabalhando 90 horas por semana em uma refinaria e pescando salmão no Alasca para economizar.

Em 1996, abriu a primeira loja com recursos próprios e um pequeno empréstimo da SBA.

Um cardápio que não muda

O que diferencia o Raising Cane's é justamente o que parecia ser sua maior fraqueza: o cardápio limitado.

Até hoje, só vende tiras de frango, batatas fritas, torrada texana, salada de repolho e um único molho. Sem sobremesa.

O modelo simplifica a operação, reduz custos e gera escala.

Cada loja fatura, em média, 6,6 milhões de dólares por ano — o dobro de concorrentes como Zaxby’s e Bojangles. A margem operacional da rede também impressiona: o EBITDA já se aproxima de 1 bilhão de dólares.

Expansão com celebridades

Graves aposta pesado em cultura pop e marketing digital.

Em 2023, permitiu que o rapper Post Malone desenhasse sua própria unidade da rede. Também participou do programa “Shark Tank” e criou sua própria série, “Restaurant Recovery”, para ajudar pequenos restaurantes na pandemia.

Ele afirma que sua base de fãs, especialmente nas redes sociais, é o ativo mais valioso da marca. “Vamos crescer com baixos custos de aquisição. É isso que faz a diferença.”

Os próximos passos

Graves mantém mais de 90% da empresa e já distribuiu pelo menos 250 milhões de dólares em dividendos desde 2020. Agora, quer ir além: tornar o Cane’s uma das 10 maiores redes de fast food dos Estados Unidos.

Para isso, mira expansão internacional, abertura de mais 700 lojas e crescimento da equipe para 150.000 pessoas.

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