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'ChatGPT da programação' pode chegar a US$ 3 bilhões de avaliação com novo investimento

A startup americana Replit permite que pessoas sem experiência em programação criem os próprios softwares do zero; ela busca levantar US$ 200 milhões

Amjad Masad, cofundador e CEO da Replit: empresa pode substituir programadores, mas há desafios (Stephen McCarthy/Sportsfile for Web Summit Qatar/Getty Images)

Amjad Masad, cofundador e CEO da Replit: empresa pode substituir programadores, mas há desafios (Stephen McCarthy/Sportsfile for Web Summit Qatar/Getty Images)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 2 de abril de 2025 às 08h44.

Última atualização em 3 de abril de 2025 às 14h47.

A startup americana Replit, especializada em ferramentas de codificação com o uso de inteligência artificial (IA), está negociando uma nova rodada de investimentos que pode elevar sua avaliação para US$ 3 bilhões.

O objetivo é levantar US$ 200 milhões para dar continuidade ao seu modelo de negócios, que permite até mesmo pessoas sem experiência em programação criarem seus próprios softwares. As informações são da Bloomberg.

Com 30 milhões de usuários, o "ChatGPT da programação" já atraiu grandes investidores, como os fundos de venture capital Andreessen Horowitz e Craft Ventures. Dados da plataforma CrunchBase indicam que a Replit já levantou US$ 222 milhões desde a sua criação em 2016.

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Como funciona?

Pela Replit, ao invés de codificar manualmente, o usuário pode apenas descrever o que quer que o programa faça e a IA se encarrega da execução. A startup ganhou destaque em 2024 ao lançar um agente de IA capaz de não só escrever código, mas também implantar aplicações automaticamente — uma novidade que colocou a empresa como uma das pioneiras em um mercado que promete se expandir rapidamente.

Segundo a consultoria Gartner, 70% dos novos aplicativos desenvolvidos por organizações usarão tecnologias de "low code" ou sem código em 2025, acima dos menos de 25% em 2020. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos estima que 300 mil empregos de codificação devem ser gerados até 2033 — indicando que a profissão vai se adaptar ao novo normal, ao invés de sumir completamente.

Ela foi uma das primeiras funcionárias da SpaceX. Hoje, aos 61, tem fortuna de US$ 1 bilhão

Desafios no simples

A Replit se apresenta como parte de um movimento chamado de "vibecoding" — onde qualquer pessoa, sem ser programador, pode criar programas de computador. Para quem é desenvolver, também pode significar o uso de IA para criar bases de código. Numa competição recente da aceleradora Y Combinator, 25% das startups relataram que quase todos os códigos que as suas equipes fizeram foram gerados por IA.

Embora a proposta seja inovadora, ela depende da confiança do mercado em uma tecnologia que ainda precisa provar sua escalabilidade e confiabilidade a longo prazo. Isso porque uma ferramenta simples de usar, mas sem o conhecimento profundo por trás dela, pode gerar preocupações sobre a qualidade e a segurança dos códigos gerados.

Outro ponto é que substituir programadores humanos por agentes de IA pode parecer atraente, mas ainda há riscos. A promessa de uma IA que funcione como um “colaborador” autônomo precisa ser vista com cautela. Afinal, é fácil imaginar que, por mais avançada que seja, a tecnologia ainda terá limitações que exigem intervenção humana.

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