Negócios

Secretário vê como normal demora para acordo no caso Oi

O secretário também admitiu que é exacerbado o valor das multas regulatórias aplicadas contra a companhia, que respondem por R$ 11 bilhões das dívidas

Oi: "Com certeza tem luz no fim do túnel para a Oi" (Nacho Doce/Reuters)

Oi: "Com certeza tem luz no fim do túnel para a Oi" (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 17h51.

São Paulo - O secretário de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, André Borges, classificou como "normal" o prazo demandado por credores e acionistas da Oi para chegar a um acordo sobre o encaminhamento do plano de recuperação judicial da operadora e acredita que o desfecho só virá "no fim do jogo, já na prorrogação".

Além disso, Borges admitiu que é exacerbado o valor das multas regulatórias aplicadas contra a companhia, que respondem por R$ 11 bilhões das dívidas de R$ 65 bilhões dentro do processo.

"Com certeza tem luz no fim do túnel para a Oi. Fica difícil enxergar a luz no meio de tanta complicação, mas tem", disse nesta quarta-feira,4, o secretário, após participar de palestra na Futurecom, feira que reúne empresários do setor de telecomunicações, em São Paulo.

"Há interesses divergentes em jogo, gente com dinheiro e poder. Acho normal que aconteça isso (demora para uma solução). Sei que processos de reestruturação são complexos e tendem a não acontecer rapidamente, pedem um tempo de maturação. Ele não vai acontecer antes disso. A tendência é de um desfecho no fim do jogo, já na prorrogação", completou.

A Oi entrou em recuperação judicial em junho de 2016 e tem até o dia 11 de outubro para apresentar o novo plano que será apreciado na assembleia geral de credores marcada para o dia 23 deste mesmo mês. Um dos enroscos do processo foi a disputa da operadora para manter no processo as dívidas de R$ 11 bilhões com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) referentes a multas por infrações regulatórias. Para Borges, essas multas são como "uma pena de morte para a companhia", dado o valor elevado e as dificuldades de pagamento.

Apesar disso, o secretário avaliou que não há medidas tomadas por acionistas e credores para travar de propósito o andamento das negociações. "A culpa (pela demora) é da complexidade. Entendo que ninguém esteja deliberadamente arrastando nada", disse. "Acho difícil controladores e credores abrirem mão de algo relevante sem ter definições ou garantias", completou, referindo-se às incertezas do processo.

Acompanhe tudo sobre:OiRecuperações judiciaisTelecomunicações

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares