Shopee: empresa abriu novo centro de distribuição (Shopee/Divulgação)
Repórter
Publicado em 21 de maio de 2025 às 05h01.
A Shopee vai inaugurar seu 13º centro de distribuição no Brasil em mais um avanço para crescer no varejo brasileiro.
A unidade fica na região metropolitana de Recife, em Pernambuco, a segunda a usar o modelo fulfillment da empresa. O modelo modelo é voltado para armazenar, embalar e enviar produtos diretamente pela plataforma.
A Shopee não abre os valores investidos por "razões estratégicas".
A expectativa é que a nova operação gere mais de mil empregos diretos e indiretos até o fim de 2025, segundo a empresa.
O centro vai focar em vendedores brasileiros.
Eles representam mais de 90% das vendas na Shopee. No início, atenderá empreendedores de Pernambuco e São Paulo. A empresa pretende ampliar o escopo para outras regiões, como Sudeste e Sul, à medida que a operação ganhe escala.
“O modelo fulfillment beneficia os lojistas ao centralizar etapas da venda. A Shopee cuida da armazenagem, separação e envio dos pedidos”, afirma Rafael Flores, head de expansão da Shopee.
A nova unidade tem estrutura multicategoria e foca nos itens mais procurados pelos consumidores do Nordeste.
O Nordeste é a terceira região do país com maior Produto Interno Bruto (PIB) e também ocupa a terceira colocação no número de vendedores cadastrados na plataforma.
Segundo a Shopee, Pernambuco concentra boa parte desses empreendedores, com Bahia e Ceará. As categorias com mais saída na região são beleza, roupas femininas e brinquedos.
A nova operação segue o modelo já adotado pela Shopee em São Paulo, onde o centro de distribuição fulfillment entrou em operação em outubro de 2024.
Hoje, mais de 600 vendedores usam esse sistema, que, segundo a empresa, trouxe uma redução de mais de 30% no tempo médio de entrega para os consumidores de São Paulo.
O resultado, segundo a empresa, foi o aumento no tráfego e nas vendas dos lojistas participantes.
A Shopee tem dois centros no modelo fulfillment. Além disso, possui 11 centros logísticos cross-docking e mais de 150 hubs de primeira e última milha.
A rede logística inclui ainda mais de 2.500 agências Shopee, que funcionam como pontos de coleta para lojistas.
Nos últimos anos, a Shopee tem intensificado sua atuação no Brasil com uma estratégia inspirada no modelo aplicado no Sudeste Asiático, em busca de uma fatia de mercado em um setor aquecido.
Segundo relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), a empresa registrou, em 2024, um volume bruto de mercadorias (GMV) estimado em R$ 50 bilhões, sinalizando crescimento relevante e uma mudança de foco para melhorar o ticket médio e o atendimento ao cliente.
No ano passado, a companhia adotou também um modelo B2C, que prioriza a venda da empresa diretamente ao consumidor final, indo além do original C2C, em que consumidores vendem diretamente entre si.
Essa transição traz desafios relacionados à qualidade dos produtos, eficiência no atendimento, velocidade de entrega e política de promoções, mas, segundo o BTG, posiciona a Shopee como uma ameaça direta ao Mercado Livre e à Amazon no mercado nacional.
De acordo com o BTG, a Shopee já figura como a segunda plataforma de e-commerce em audiência no Brasil, ficando atrás apenas do Mercado Livre.
A empresa tem feito investimentos em logística, plataformas de pagamento e implementado iniciativas locais, como lojas pop-up e atração de vendedores regionais, ações que ampliam sua competitividade e penetração no mercado.
Após o período de expansão acelerada durante a pandemia, os principais players do e-commerce no Brasil passaram a buscar um equilíbrio entre crescimento e rentabilidade.
Nesse cenário, a Shopee vem adotando uma abordagem mais racional, alinhando sua estratégia para enfrentar os desafios operacionais e consolidar sua presença.
O BTG considera a Shopee um concorrente em rápido crescimento com potencial para desafiar os líderes do setor, desde que consiga superar os obstáculos relacionados à qualidade e à operação.
O varejo brasileiro vive um momento de transformação acelerada, impulsionado por novas estratégias logísticas e a chegada de novas empresas no país. O lançamento do TikTok Shop, por exemplo, promete deixar o setor ainda mais competitivo.
Na corrida pelo consumidor, vence quem entregar mais rápido. E a competição fica cada vez mais acirrada.