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Publicado em 1 de julho de 2025 às 05h01.
O site adulto OnlyFans se tornou um dos maiores fenômenos digitais dos últimos anos, reunindo mais de 300 milhões de usuários e impulsionando a criação de conteúdos focados no público +18. Ao final de 2023, o OnlyFans gerou US$ 6 bilhões em receita, um aumento de 1.660% comparado com 2020, quando finalizou o ano com US$ 375 milhões. Por trás dos números (e do sucesso) está um bilionário misterioso: Leo Radvinsky.
Segundo estimativas da Forbes, a fortuna de Radvinsky já beira US$ 4 bilhões. Registros mostram que ele recebeu quase US$ 1,3 bilhão em dividendos entre 2019 e março de 2024. Agora, ele negocia uma possível venda da empresa por até US$ 8 bilhões, em conversas que incluem investidores e bancos internacionais.
Apesar do sucesso financeiro, Radvinsky se mantém longe do público. Segundo reportagem do Wall Street Journal, ele raramente dá entrevistas, evita eventos públicos e aparenta não querer vincular sua imagem ao site.
Leo Radvinsky é atual dono do OnlyFans, plataforma conhecida pela produção pornô independente de usuários. (Reprodução/Facebook)
Nascido na antiga União Soviética, Radvinsky se mudou ainda criança para a região de Chicago, onde começou a enxergar oportunidades na internet.
Já adolescente, fundou a Cybertania, empresa que operava sites com senhas hackeadas de páginas pornográficas. Ao longo dos anos 2000, ele acumulou centenas de domínios com nomes de celebridades e passou a investir em plataformas de “camming” (transmissões ao vivo com conteúdo adulto).
Em 2004, ainda segundo o WSJ, criou o MyFreeCams, que se tornou uma das referências do segmento. Em 2018, ele realizou a aquisição de 100% do OnlyFans, então uma empresa britânica ainda pequena.
A aposta transformou o mercado. O modelo simples de divisão de receitas — 80% para os criadores e 20% para a plataforma — impulsionou milhares de pessoas comuns a se tornarem performers, ao mesmo tempo em que celebridades e influenciadores ampliavam o alcance do site nas redes sociais. Durante a pandemia, o número de usuários disparou, chegando a 300 mil novos cadastros por dia em 2021.
“Ele obviamente entrou com uma visão estratégica muito clara de como funcionam os fluxos de negócios em torno desses sites”, disse Maggie MacDonald, pesquisadora de plataformas pornográficas e doutoranda na Universidade de Toronto, ao WSJ. Para ela, o modelo do OnlyFans é brilhante porque incentiva os criadores a se promoverem sozinhos. “Ele terceirizou todo o trabalho de marketing para a base.”
Mesmo com o rótulo de “rei da pornografia online”, Radvinsky mostra querer diversificar sua atuação e investir mais em filantropia, de acordo com o Wall Street Journal. Ao lado da esposa, Katie Chudnovsky, ele tem financiado programas de pesquisa contra o câncer e já declarou intenção de aderir ao Giving Pledge, compromisso público de doar a maior parte da fortuna a instituições de caridade.