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Starbucks se rende à guerra de preços na China e derruba valor das bebidas

Rede americana reduz preços de chás em até 5 yuans em estratégia inédita para enfrentar concorrência local

Starbucks: rede de café anunciou descontos em bebidas a base de chá  (GERMANO LÜDERS/Exame)

Starbucks: rede de café anunciou descontos em bebidas a base de chá (GERMANO LÜDERS/Exame)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 9 de junho de 2025 às 07h22.

A Starbucks adotou uma estratégia agressiva para tentar reverter a queda nas vendas no seu segundo maior mercado global: a China.

Nesta segunda-feira, 9, a rede americana anunciou uma redução média de 5 yuans (cerca de US$ 0,70) no preço de mais de dez bebidas à base de chá, incluindo Frappuccinos, chás gelados e lattes de chá. A ação mira diretamente o público que busca opções sem café durante o verão chinês.

Com os descontos, os clientes poderão comprar bebidas por até 23 yuans, aproximando os preços da Starbucks aos de concorrentes locais mais sofisticados e acessíveis, segundo a Bloomberg. A movimentação marca uma mudança rara de posicionamento da marca, que tradicionalmente mantém imagem premium no mercado asiático.

“A oferta aprimorada de produtos ‘sem café’ caminhará lado a lado com os cafés tradicionais para atender melhor às necessidades diversificadas dos clientes”, disse Tony Yang, diretor de crescimento da Starbucks China, em comunicado oficial na rede social WeChat.

Cenário de deflação e concorrência local forçam reposicionamento

A iniciativa da Starbucks ocorre em meio a uma guerra de preços que se intensifica em vários setores da economia chinesa, como automóveis e fast food. Esse ambiente competitivo contribuiu para quatro meses consecutivos de deflação, conforme dados divulgados também nesta segunda-feira.

A decisão da rede americana contrasta com sua estratégia nos Estados Unidos, onde o CEO Brian Niccol tem enxugado o cardápio para reforçar o foco em cafés tradicionais. Já na China, o destaque dado às bebidas à base de chá visa recuperar espaço diante do avanço de redes locais especializadas.

China continua sendo peça-chave para a Starbucks

Apesar dos desafios, a Starbucks vê a China como mercado prioritário. A redução nos preços indica que a empresa está disposta a flexibilizar sua estratégia global para manter a relevância e defender sua posição diante da concorrência crescente.

Segundo a Bloomberg, a decisão de anunciar cortes diretamente em canais oficiais, como o WeChat, reforça a seriedade da mudança. Embora ainda mantenha sua identidade global, a Starbucks sinaliza que, diante da pressão, a adaptação regional se tornou inevitável.

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