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Startup simplifica cálculo de impacto ambiental das empresas

Projeto nasceu dentro de multinacional e se tornou independente com investimento de R$ 3 milhões

OtavioDutra e Isabela Basso, fundadores da greentech Zaya. (Zaya/Divulgação)

OtavioDutra e Isabela Basso, fundadores da greentech Zaya. (Zaya/Divulgação)

EXAME Solutions
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Publicado em 10 de julho de 2024 às 11h53.

Quando ainda atuava dentro do time de sustentabilidade da Braskem, Isabela Basso teve a ideia de simplificar o cálculo de impacto ambiental de companhias de pequeno, médio e grande porte, auxiliando na tomada de decisões mais sustentáveis em seus negócios. “Estávamos frustrados com a falta de embasamento científico nas ações das empresas, que muitas vezes optam por iniciativas pouco eficazes na redução real de impacto no meio ambiente”, conta Isabela.

Sendo assim, ela e o sócio Otávio Dutra começaram a desenvolver um software que descomplicasse os cálculos de impactos ambientais nas empresas sem abrir mão do embasamento científico, permitindo que todas as empresas, independente do porte, pudessem ter acesso a esses indicadores.

Estar dentro de uma grande empresa foi relevante para esse começo. “Foi importante não apenas para ter as condições e recursos necessários para criação de uma startup, mas principalmente o acesso a conhecimento técnico e parceiros comerciais”, detalha Isabela.

Depois desse apoio inicial, um aporte de R$ 3 milhões da Oxygea, um fundo de corporate venture capital, ajudou a startup em sua visão e estratégia de negócio, permitindo a fundação da greentech Zaya em 2023 e acelerando seu crescimento.

Atualmente, o software da Zaya conta com dois módulos:

  1. Inventário de Gases de Efeito Estufa: focado no cálculo da emissão de gases da empresa, incluindo escopos 1, 2 e 3 e a gestão de emissões de fornecedores. Tudo baseado na metodologia do GHG Protocol Brasil.
  2. Avaliação de Ciclo de Vida: calcula o impacto ambiental de produtos considerando desde a extração da sua matéria-prima, processamento, transporte e fim de vida. O resultado pode ser uma pegada de carbono (considera apenas as emissões de gases de efeito estufa) ou uma avaliação completa, incluindo indicadores como consumo de água, uso de terra, risco à saúde humana e outros.

Segundo Isabela, o principal diferencial da Zaya no mercado é conseguir aliar uma experiência simples e eficiente para o usuário com o mais alto nível de metodologia científica.

Atualmente, quatro organizações usam a ferramenta oferecida pela Zaya, e a startup pretende chegar a uma receita anual recorrente de R$ 1 milhão ao final de 2024. “Mas isso pode ser maior ou menor dependendo de alguns fatores como a seriedade com que as empresas vão lidar com as regulamentações, engajamento de cadeias de fornecedores por empresas parceiras e os pilotos e homologações em andamento”, explica Isabela.

A visão da empreendedora é otimista, já que nos últimos anos a sustentabilidade tem ganhado muito destaque em pautas corporativas. “A pressão está vindo de diversos lados, incluindo regulações, investidores, clientes e consumidores”, diz. “Nos Estados Unidos e na Europa, esse mercado já está mais maduro e conta com soluções robustas para atender a demanda.”

No Brasil, ela afirma, o tema está em alta, mas ainda assim há muitos desafios associados à qualidade e veracidade das informações ambientais compiladas e divulgadas por algumas empresas, o que pode caracterizar práticas nocivas como o “greenwashing”.

“Sem indicadores bem definidos e estruturados, as empresas correm o risco de seguir mascarando o seu verdadeiro impacto ou, até mesmo, seguir acreditando que estão agindo corretamente quando, na verdade, estão contribuindo para a perpetuação de um ciclo negativo de impacto no meio ambiente.”

Nesse cenário, Isabela afirma que a Zaya quer se tornar um aliado das empresas na mensuração dos seus impactos ambientais, “atendendo uma demanda reprimida e que ainda irá crescer muito no Brasil ao longo dos próximos anos”.

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