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TelexFREE admite que pode adaptar modelo de negócio no país

Em entrevista à EXAME.com, Carlos Costa comentou como está o processo da companhia na Justiça do Acre e os planos da empresa depois que a ação for encerrada

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 08h07.

São Paulo – A TelexFREE admitiu que pode fazer algum tipo de adequação em seus negócios para encerrar de uma vez o processo aberto pelo Ministério Público do Acre, em junho de 2013, que acusa a companhia de pirâmide financeira.

Em entrevista exclusiva à EXAME.com, Carlos Costa, diretor e sócio da Ympactus, companhia que representa os negócios da TelexFREE no Brasil, afirmou que o plano é voltar a operar como uma empresa normal.

Costa conversou com EXAME.com por e-mail. Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista:

EXAME.com: A Ympactus diz encontrar dificuldade para chegar a um acordo sobre o Termo de Ajuste de Conduta junto ao Ministério Público do Acre. Quais os principais entraves?

Carlos Costa: Sinceramente não sei. O pedido do Ministério Público - o de devolver dinheiro aos divulgadores que não recuperaram os investimentos -, nós estamos prontos para atender.

EXAME.com: O que esse passo significa para vocês?

Carlos Costa: A devolução do dinheiro aos divulgadores comprova que não somos uma pirâmide financeira. Pelo contrário, somos hoje uma empresa sólida e que deseja continuar trabalhando normalmente.

EXAME.com: Para a Ympactus, assim como fez recentemente a BBOM, mudar o modelo de negócio seria ruim? Por quê?

Carlos Costa: Não temos razões para mudar, pois trabalhamos como a maioria das empresas de marketing multinível do mercado, ou seja, vendemos no atacado e varejo, temos, inclusive nesse varejo, os registros do consumidor final.

EXAME.com: Mas se for realmente necessária alguma mudança?

Carlos Costa: Se for necessário algum tipo de adequação, estamos preparados, até porque já íamos trazer uma qualificação em setembro de 2012. Podemos sim fazer agora.


EXAME.com: Como a Ympactus pretende ressarcir os divulgadores que não recuperaram o dinheiro investido no negócio?

Carlos Costa: O que temos bloqueado é mais que suficiente para pagar esses divulgadores que não recuperaram, sem citar valores, mas tudo será devidamente fiscalizado pelo Ministério Público conforme nossa proposta.

EXAME.com: Esse ressarcimento depende do que para acontecer?

Carlos Costa: Simplesmente o Ministério Público do Acre aceitar.

EXAME.com: Daria para estipular um prazo para isso acontecer?

Carlos Costa: Entramos com a petição e esperamos que a qualquer momento a juíza marque uma nova audiência de conciliação.

EXAME.com: É possível estimar quanto a Ympactus vai precisar para ressarcir esses divulgadores?

Carlos Costa: Como a nossa proposta ainda não foi aceita, prefiro responder essa pergunta mais tarde, até porque o processo corre em segredo de Justiça. Reafirmo que temos dinheiro suficiente para isso.

EXAME.com: Mesmo bloqueada pela Justiça, a Ympactus está cadastrando novos divulgadores?

Carlos Costa: De forma alguma, a Ympactus cumpre a risca tudo que foi imposto pela liminar e não vende um plano no atacado desde junho. A TelexFREE Internacional, a qual não estou autorizado a falar, não faz parte do processo, como afirma a própria juíza em algumas entrevistas.

EXAME.com: Atualmente, a companhia possui quantos divulgadores cadastrados?

Carlos Costa: Não houve qualquer alteração, continuamos com os mesmos desde o bloqueio judicial, cerca de 1 milhão.


EXAME.com: Dá para estimar quando o processo com o MP será encerrado definitivamente?

Carlos Costa: Creio que não tem como durar muito mais tempo.

EXAME.com: Depois do fim do processo, quais são os planos de negócios da TelexFREE no Brasil?

Carlos Costa: Da TelexFREE Internacional eu não posso responder, mas eu sinceramente gostaria muito de reatar o contrato entre Ympactus e TelexFREE Internacional e continuar gerando renda e impostos ao nosso país.

EXAME.com: Mudando de assunto, o patrocínio anunciado recentemente da TelexFREE Internacional no Botafogo pode de alguma maneira ajudar as operações da empresa no Brasil?

Carlos Costa: Sim perfeitamente, até porque é no Brasil que a imagem da empresa TelexFREE Internacional foi de alguma maneira desgastada, e esse patrocínio é um meio de reparar isso.

EXAME.com: A promotora responsável pelo caso Ympactus, Alessandra Garcia Marques, disse que os recursos provenientes do patrocínio podem ser apreendidos. Isso é possível?

Carlos Costa: Creio que não, até porque tudo foi feito com a supervisão e o aval dos departamentos jurídicos, tanto da empresa, como do clube.

EXAME.com: Para finalizar, qual é o vínculo entre a TelexFREE LLC e a TelexFREE Inc.?

Carlos Costa: Essa pergunta deve ser direcionada aos executivos da empresa nos Estados Unidos, não estou autorizado a comentar.

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