Labubus movimentam mercado bilionário, mas coloca em xeque sustentação da demanda ( VCG/VCG/Getty Images)
Redatora
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 05h26.
Os bonecos Labubu, criados pelo artista Kasing Lung e popularizados pela chinesa Pop Mart, se consolidaram como uma das maiores febres globais de brinquedos. Segundo a consultoria eMarketer, a empresa deve superar US$ 1 bilhão em vendas neste ano, após já ter registrado US$ 671 milhões apenas com a linha Monsters, que inclui os personagens. O avanço representa alta de quase 670% em relação ao ano anterior.
O sucesso tem sido impulsionado pela estratégia de venda em caixas surpresa, em que consumidores não sabem qual versão do boneco irão adquirir. Essa prática estimula a procura por modelos raros, alguns revendidos por valores muito acima do preço de varejo, que chega a US$ 27,99, de acordo com informações da Business Insider.
A busca por edições exclusivas fez com que o mercado paralelo se tornasse altamente lucrativo. Um modelo cor-de-rosa é ofertado atualmente por mais de US$ 500 em sites de revenda. Em um caso extremo, uma estátua de 1,20 metro foi leiloada na China por US$ 170 mil. O Labubu deixou de ser apenas um brinquedo e virou também um item colecionável.
A popularidade também atraiu falsificações, conhecidas como Lafufus, o que gera dificuldades para consumidores identificarem itens originais fora das lojas oficiais.
O fenômeno tem levado especialistas a compararem os Labubus com os Beanie Babies, febre dos anos 1990 que terminou em forte desvalorização. Na época, o mercado de pelúcias se expandiu com os primeiros sites de comércio eletrônico, como o eBay.
Segundo o relatório da eMarketer, a semelhança está na dinâmica de escassez e no mercado secundário aquecido, com risco de que a saturação leve à queda abrupta de preços.
Apesar dos riscos, a Pop Mart busca sustentar o crescimento abrindo novas lojas físicas nos Estados Unidos. A estratégia da empresa é ampliar o portfólio de colecionáveis para reduzir a dependência do Labubu.