Mira Murati, fundadora da Thinking Machines Lab e ex-OpenAI: ela foi nomeada CEO interina durante uma crise interna da empresa por trás do ChatGPT (Kimberly White/Getty Images for WIRED)
Repórter
Publicado em 8 de maio de 2025 às 09h28.
A ex-diretora de tecnologia da OpenAI, Mira Murati, está levantando US$ 2 bilhões para sua nova empresa de inteligência artificial, a Thinking Machines Lab. O montante, que representa o dobro da meta inicial, pode se tornar a maior rodada semente da história, com uma avaliação de cerca de US$ 10 bilhões.
No entanto, quem deseja investir precisa estar disposto a abrir o bolso: os investidores estão sendo solicitados a comprometer pelo menos US$ 50 milhões, uma exigência que reflete o grande interesse do mercado pela experiência de Murati e a equipe de peso que ela reuniu.
A startup está nos estágios finais da captação de recursos, com a Andreessen Horowitz liderando a rodada, segundo o portal americano Business Insider. O valor mínimo de US$ 50 milhões reflete o entusiasmo dos investidores pela inteligência artificial generativa e a escassez de fundadores com a experiência técnica de Murati.
Levantar uma quantia tão alta em uma rodada semente não é comum. A maioria das startups costuma arrecadar valores bem mais modestos nas primeiras rodadas de financiamento, entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões.
O grande desafio para Murati será se destacar em um mercado já saturado por gigantes como OpenAI, Google, Microsoft e startups como Anthropic. Apesar disso, a Thinking Machines Lab vem se posicionando de forma diferenciada.
Em vez de adotar o modelo fechado e competitivo de outras big techs, Murati promete que suas tecnologias serão compartilhadas com pesquisadores e empresas, uma abordagem mais aberta que pode atrair um público interessado em colaborar com a inovação.
Embora a startup ainda não tenha revelado se já recebeu investimentos, a avaliação de US$ 10 bilhões coloca a empresa como uma concorrente de peso. "Estamos construindo a Thinking Machines Lab para tornar os sistemas de IA mais acessíveis, personalizáveis e capazes", disse Murati em um post no início do ano.
Aos 36 anos, Mira Murati tem uma trajetória marcada por grandes desafios e conquistas. Ela foi uma das líderes do desenvolvimento do ChatGPT e de outros projetos importantes na OpenAI, passando mais de seis anos na empresa.
Murati também foi nomeada CEO interina da OpenAI em meio à crise que levou à demissão temporária de Sam Altman, um período que abalou a estrutura da empresa. Após o retorno de Altman ao cargo, Murati voltou à posição de CTO até sua saída definitiva em setembro de 2024.