Negócios

Uber compra rival americana e acirra a guerra do delivery

A Uber sofre impactos no seu negócio principal de mobilidade durante a pandemia e um reforço no delivery será bem-vindo

Uber: apesar da alta na demanda pelo Uber Eats, empresa vem sofrendo na pandemia com queda em volume de viagens (Jonathan Ernst/File Photo/Reuters)

Uber: apesar da alta na demanda pelo Uber Eats, empresa vem sofrendo na pandemia com queda em volume de viagens (Jonathan Ernst/File Photo/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 6 de julho de 2020 às 11h05.

Última atualização em 6 de julho de 2020 às 11h20.

A Uber acaba de comprar uma empresa americana de delivery de alimentos, a Postmates Inc, por 2,65 bilhões de dólares. Essa aquisição deve ajudar a Uber Eats a ganhar forças contra a líder do mercado nos Estados Unidos, DoorDash. Também fortalece a Uber em um momento em que o mercado de delivery, de refeições a itens de mercado, remédios e outros produtos, está em guerra pela atenção e pelo bolso do consumidor. 

"A Postmates foi pioneira na entrega como serviço, o que complementa os crescentes esforços da Uber na entrega de mantimentos, itens essenciais e outros bens. Para restaurantes e comerciantes, Postmates e Uber Eats juntos oferecerão mais ferramentas e tecnologia para se conectar de maneira mais fácil e econômica a uma base maior de consumidores", disse a empresa em comunicado. 

A negociação de aquisição não é nova. Segundo a Bloomberg, as duas empresas já estão em conversas há quatro anos. A aquisição deve vir logo depois que a Uber falhou em adquirir a GrubHub também uma empresa de delivery, que acabou sendo comprada pela europeia Just Eat Takeaway, por 7,3 bilhões de dólares. Essa operação criou a maior empresa de delivery de alimentação do mundo fora da China. 

A Postmates é uma das pioneiras do mercado de delivery e em fevereiro do ano passado tinha planos para abrir o capital, o que acabou não se concretizando. A Postmates tem uma grande participação em Los Angeles e na região sudoeste dos Estados Unidos, que abrange os estados de Califórnia, Nevada, Colorado e Utah, bastante importantes para a Uber.

A Uber, que perdeu 8,5 bilhões de dólares no ano passado, vem sofrendo grandes impactos no seu negócio principal de mobilidade durante a pandemia. Um reforço em sua divisão de delivery, a Uber Eats, será bem-vindo. A Uber Eats ainda é um negócio que ainda consome caixa e apresentou prejuízo de 313 milhões de dólares apenas no último trimestre.

Guerra do delivery

Em todo o mundo, expandir o e-commerce é uma oportunidade de ouro — e também um desafio sem precedentes — para as varejistas e as startups. 

No Brasil, a guerra do e-commerce fez com que as concorrentes especializadas em entrega de comida como UberEats e iFoods buscassem expandir sua atuação cada vez mais. 

O iFood agora abarca até itens de pet shops. “Vivemos a aceleração de um processo de descoberta do consumidor que aconteceria entre seis meses e dois anos”, diz Diego Barreto, vice-presidente de estratégia do iFood, em entrevista em abril.

“As startups com melhores serviços de supermercado são só plataformas, não têm estoque. E as redes supermercadistas são pouco digitalizadas em todo o mundo. As vencedoras nesta pandemia deverão ser as empresas que conseguirem fechar todo o ecossistema, de ponta a ponta”, diz Matteo Ceurveuls, analista de América Latina na consultoria eMarketer.

Acompanhe tudo sobre:UberFusões e AquisiçõesDelivery

Mais de Negócios

Como uma empresa da Serra Gaúcha desenvolve produtos hospitalares de olho na segurança nacional

Quais são as maiores empresas de alimentação do Brasil? Veja quanto eles faturam

Qual era a fortuna de Giorgio Armani? Bilionário morreu nesta quinta-feira, 4

No interior de SP, o 2º maior parque aquático do mundo fatura R$ 240 milhões e investe sem parar