Pedro Barros e Salvatore Loi, da Modern Mamma, ou MOMA: cerca de 51 mil clientes por mês em quatro unidades na capital paulista (Pedro Shutter/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 18h37.
Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 22h00.
A Modern Mamma Osteria, ou MOMA, é um dos maiores sucessos recentes da gastronomia italiana moderna no Brasil. Fundada em 2016, em São Paulo, pelos chefs Salvatore Loi e Paulo Barros, a rede de restaurantes se consolidou como um verdadeiro fenômeno, conquistando uma base fiel de clientes e um espaço no disputado mercado paulista.
Em 2025, a marca deve superar a barreira dos R$ 100 milhões de faturamento, um marco que celebra o crescimento acelerado de um projeto que começou com um investimento inicial de R$ 1,8 milhão.
O bom desempenho da MOMA no ano passado já havia colocado a empresa na lista das empresas que mais crescem no Brasil. No ranking EXAME Negócios em Expansão 2025, maior anuário do empreendedorismo do Brasil, a empresa ficou na posição 84 numa lista das 130 empresas que mais cresceram na categoria entre 30 e 150 milhões de reais de faturamento.
Em 2024, a empresa teve receita operacional líquida de R$ 70 milhões de reais, alta de 23% em 12 meses.
Com quatro unidades em São Paulo — no Itaim Bibi, Baixo Pinheiros, Jardins e Pinheiros — a MOMA atrai cerca de 51 mil clientes por mês.
A proposta é simples, mas eficiente: oferecer uma cozinha italiana de alta qualidade com toques autorais, servida em um ambiente moderno e descontraído. O sucesso dos pratos, como a Lasanheta de Vitelo, que se tornou uma verdadeira assinatura da casa, é um reflexo dessa combinação de tradição e inovação. Este prato, em particular, se tornou tão popular que chega a vender 13 mil unidades por mês.
Com um faturamento projetado de R$ 100 milhões para 2025, a MOMA anuncia sua expansão para 2026, quando pretende abrir uma unidade no Rio de Janeiro. A empresa está em negociações avançadas com a administração do Shopping Leblon. Esta será a primeira vez que a marca sairá de São Paulo. De acordo com Paulo Barros, um dos sócios fundadores, a escolha do Leblon foi estratégica, pois o shopping é considerado um ponto nobre da cidade.
Apesar das oportunidades, abrir uma unidade no Rio representa um desafio.
"A logística é mais complexa, já que ter que viajar de avião para o Rio é muito diferente de estar a apenas 15 minutos de uma unidade em São Paulo. Além disso, a mão de obra no Rio de Janeiro é um desafio adicional", afirma Barros.
No entanto, ele destaca que a demanda dos cariocas por pratos da MOMA tem sido expressiva, com muitos clientes pedindo a expansão da marca pela cidade.
Além disso, o Rio tem suas particularidades culturais, e a equipe da MOMA entende que nem tudo o que funciona em São Paulo necessariamente será replicado com o mesmo sucesso no Rio. "O carioca tem uma rotina diferente e tem hábitos alimentares distintos, com um foco amplo em alimentação saudável", explica Barros. Porém, ele acredita que a base do negócio — as massas — é um produto universal, o que torna a adaptação ao novo mercado viável.
A MOMA segue um modelo de negócios focado no crescimento orgânico e sem a necessidade de captação de recursos externos. O conceito de expansão sempre foi planejado de forma cuidadosa e gradual, priorizando a qualidade e a padronização em todos os aspectos da operação. O crescimento da marca foi financiado por seus próprios lucros, e o foco dos sócios é garantir que cada nova unidade mantenha o mesmo padrão de excelência.
"Nosso crescimento tem sido tranquilo, o que nos permite consolidar a operação antes de cada novo passo. O objetivo é garantir que cada unidade que abrimos seja um reflexo do que acreditamos ser o modelo ideal de restaurante", diz Barros.
Hoje, com 250 funcionários, a MOMA tem apostado fortemente na gestão de processos internos para manter a qualidade, sem perder o foco na eficiência operacional. A utilização de sistemas de gestão avançados e o controle detalhado de estoque e de custo de mercadoria vendida (CMV), são alguns dos métodos empregados para garantir que a operação seja tanto eficaz quanto financeiramente saudável.
Para a equipe, o CMV é considerado o 'cofre' do restaurante e exige um controle rigoroso.
A MOMA também se diferencia pela utilização de massarias próprias em cada unidade. Enquanto muitas redes de restaurantes utilizam cozinhas centrais para otimizar custos, a MOMA optou por manter uma produção artesanal e fresca, o que garante maior controle sobre o processo e, ao mesmo tempo, assegura a qualidade dos pratos servidos. Esse processo mais manual, no entanto, tem um custo mais elevado, principalmente com a mão de obra, mas é visto como um diferencial importante pela marca.
A manutenção da qualidade tem sido o principal pilar para o sucesso da MOMA. Para isso, a padronização dos processos foi intensificada nos últimos meses. A marca conta com uma equipe de chefs especializados que rodam as unidades para garantir que todas as receitas sejam executadas de acordo com as especificações e para treinar as equipes locais.
É uma espécie de 'head', responsável pelo resultado daquela operação independentemente da unidade.
Além disso, cada loja possui sua própria massaria, o que garante que as massas sejam feitas no local e entreguem sempre o mesmo sabor e frescor, independentemente de qual unidade o cliente esteja visitando. Esse cuidado com os detalhes reflete no alto índice de satisfação e na fidelidade dos clientes, com o restaurante mantendo a média de quatro vezes de giro de cadeiras por dia.
Desde a sua fundação, a MOMA tem se destacado não apenas pela qualidade da comida, mas também pela visão estratégica de seus sócios. Salvatore Loi, que tem uma carreira consolidada no Brasil e na Europa, e Paulo Barros, que trouxe sua expertise em gestão, trabalharam juntos para criar um modelo de restaurante focado na operação eficiente.
"Não se trata apenas da comida, mas da gestão. Acreditamos que o bom funcionamento de um restaurante é tão importante quanto a qualidade do prato", afirma Barros.
O modelo de negócio da MOMA também difere de muitos outros restaurantes. Em vez de buscar expansão por meio de franquias, a marca segue um modelo de operação própria, permitindo maior controle sobre a qualidade e a experiência do cliente. Para Barros, a ideia é crescer de forma orgânica, sem pressa, garantindo que cada nova unidade seja financeiramente viável e capaz de entregar uma experiência consistente.
O restaurante também se adapta constantemente às necessidades dos clientes. Durante a pandemia, por exemplo, a MOMA passou a oferecer a opção de 'levar para casa', algo que antes era impensável para o restaurante, que sempre prezou por uma experiência completa no local.
Com um modelo de negócios sólido e uma proposta gastronômica única, a MOMA demonstra que é possível expandir no competitivo mercado de São Paulo, sem perder de vista a essência que fez da marca um sucesso: comida de qualidade, ambiente acolhedor e gestão eficiente.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.
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São 470 empresas que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2025.