Voepass: empresa enfrenta dificuldades financeiras e demite parte da equipe após suspensão de voos pela ANAC (Leandro Fonseca/Exame)
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Publicado em 15 de abril de 2025 às 08h55.
Última atualização em 15 de abril de 2025 às 09h49.
A Voepass Linhas Aéreas comunicou, na segunda-feira, 14, a demissão de parte de sua equipe, afetando funcionários das áreas operacionais e de apoio, incluindo tripulação e aeroportuários.
O número exato de desligamentos não foi divulgado, mas a medida segue a suspensão de suas operações pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em março, que identificou irregularidades na companhia, segundo o g1.
O presidente da Voepass, José Luiz Felício Filho, afirmou que a decisão é uma consequência direta da suspensão temporária de seus voos, que começou em março, após a Anac identificar falhas operacionais na empresa. Felício também apontou que a situação da companhia se agravou desde o acidente fatal ocorrido em agosto de 2024, quando uma aeronave da empresa caiu em Vinhedo (SP), matando as 62 pessoas a bordo.
“A suspensão das operações afetou profundamente nossa capacidade financeira, que já estava fragilizada devido à redução da nossa malha aérea após o acidente”, destacou o presidente da Voepass em comunicado interno. A empresa afirmou que a reestruturação financeira da companhia já estava em andamento antes dos cortes.
A companhia explicou que a suspensão das atividades teve impacto direto em sua saúde financeira e comprometeu sua capacidade de gerar caixa, o que levou ao processo de reestruturação. A empresa destacou também que, apesar das dificuldades, sempre procurou preservar o maior número possível de postos de trabalho.
A Anac informou, na sexta-feira, 4, quando a suspensão completou um mês, que está analisando informações preliminares fornecidas pela Voepass, e que a retomada das operações só ocorrerá quando todas as irregularidades forem resolvidas.
A companhia afirmou que está tomando as medidas necessárias para obter de volta o Certificado de Operador Aéreo (COA), exigido pela agência reguladora para que suas atividades possam ser reiniciadas.
A auditoria da Anac, que ocorreu após o desastre aéreo de 2024, identificou irregularidades operacionais, as quais não foram resolvidas a tempo de evitar a suspensão total dos voos. Além disso, a Voepass está em processo de arbitragem com a Latam, relacionada a uma dívida de R$ 34,7 milhões sobre o contrato de sistema codeshare, que permite à Latam vender passagens para voos operados pela Voepass.
Em sua carta enviada aos funcionários, José Luiz Felício Filho expressou pesar pela situação e frisou o compromisso da empresa em continuar buscando a retomada das operações. "Esta decisão foi tomada com responsabilidade, considerando todos os cenários possíveis para minimizar os impactos", afirmou.