Negócios

Volkswagen reduz produção a um turno em duas fábricas; paradas atingem metade das montadoras

A montadora já tinha parado a produção dessas duas unidades no mês passado, mas foi forçada a realizar novo ajuste em razão das vendas de carros abaixo das expectativas

Em Taubaté, onde é montado o Polo Track, sucessor do Gol, a medida atinge 799 trabalhadores (Alexander Koerner / Correspondente/Getty Images)

Em Taubaté, onde é montado o Polo Track, sucessor do Gol, a medida atinge 799 trabalhadores (Alexander Koerner / Correspondente/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2023 às 14h06.

Última atualização em 3 de maio de 2023 às 14h12.

A Volkswagen vai reduzir de dois para um único turno a produção nas fábricas de São José dos Pinhais, no Paraná, e Taubaté, no interior de São Paulo, a partir de 1º de junho. A montadora já tinha parado a produção dessas duas unidades no mês passado, mas foi forçada a realizar novo ajuste em razão das vendas de carros abaixo das expectativas.

Os trabalhadores terão contratos suspensos, o chamado layoff, por dois a cinco meses. Em Taubaté, onde é montado o Polo Track, sucessor do Gol, a medida atinge 799 trabalhadores, conforme informação do sindicato dos metalúrgicos da região. Já na fábrica paranaense, que produz o utilitário esportivo T-Cross, o número de operários que entrarão em layoff ainda não foi fechado. A expectativa do sindicato é de que seja algo ao redor de 600.

Turno nas fábricas

Em São Bernardo do Campo, a Volkswagen segue produzindo em dois turnos, sem ajustes anunciados para os próximos meses. Suas linhas no ABC paulista produzem os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro.

Em um ambiente de juros mais altos e crédito restrito, somados ao endividamento das famílias, desaceleração econômica e elevação nos preços dos automóveis nos últimos anos, o mercado segue ainda muito distante dos volumes de antes da pandemia. As montadoras confiavam em desempenho melhor com a normalização no fornecimento de componentes eletrônicos, já que nos últimos dois anos não conseguiram entregar uma oferta maior porque faltou peça.

Entre ajustes já realizados e que estão para acontecer até o mês que vem, pelo menos metade (14) das 27 fábricas de carros e caminhões ativas no País anunciou a interrupção, em algum momento, de pelo menos parte de produção desde fevereiro.

A lista inclui todas as maiores montadoras de caminhões do Brasil, onde as vendas caíram drasticamente com a alta de preços após a atualização tecnológica dos veículos a diesel para atendimento do aperto nos limites de emissões. Ciente de que os veículos ficariam mais caros, as transportadoras anteciparam compras de caminhões até março, último mês em que a linha anterior, de preços mais baixos, pôde ser vendida. O aumento dos juros também é apontado pelas montadoras entre os motivos da queda nas encomendas de caminhões, que dependem dos financiamentos.

Acompanhe tudo sobre:Volkswageneconomia-brasileira

Mais de Negócios

'Com tarifaço dos EUA, é inviável continuar exportando', diz empresário do setor de pescados

A caminho do bilhão, Sankhya usa IA para eliminar o caos na implantação de ERPs

Eles estão em busca de startups para investir — valor pode chegar a R$ 300 mil

Brasil soma R$ 7,9 tri em investimentos e amplia demanda por especialistas em finanças