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Terceirizar é uma dor de cabeça. Essa empresa captou R$ 36 milhões para mudar isso

A Wehandle acaba de anunciar um aporte de R$ 36 milhões para oficialmente ir ao mercado, mas já atende Coca-Cola, Globo, Unilever e DHL

Rodrigo Faustini, CEO e fundador da Wehandle: em 99,8% dos casos, análise de documentos pode ser feita em até 48 horas

Rodrigo Faustini, CEO e fundador da Wehandle: em 99,8% dos casos, análise de documentos pode ser feita em até 48 horas

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 09h30.

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Esperar semanas ou até meses para um prestador começar a trabalhar é realidade em muitas grandes empresas brasileiras. Atrasos na entrega de documentos, revisões manuais e aprovações por e-mail travam contratos, encarecem operações e afetam o caixa de quem depende dessa renda.

Foi essa dor de mercado que a startup paulista Wehandle decidiu resolver. Agora, com um aporte de R$ 36 milhões liderado pela Canary, a empresa quer triplicar receita e base de clientes ainda em 2025. Também participam da rodada os fundos ONEVC, Valutia, Blustone e Quartzo.

Como tudo começou?

Criada em 2020, a Wehandle automatiza o controle de empresas terceirizadas, da checagem de documentação até o acompanhamento de regras trabalhistas e exigências legais. O foco está em setores com muitos fornecedores em campo, como infraestrutura, energia, indústria, construção civil e logística.

A ideia surgiu da experiência do CEO Rodrigo Faustini como consultor. Formado em engenharia mecânica, foi "mordido pelo bicho do empreendedorismo" ainda na faculdade.

Ainda no segundo ano do curso, Faustini abriu uma consultoria com outros quatro colegas, focando em ensinar segurança do trabalho para grandes empresas, em 2006. A ideia era adaptar as exigências de segurança internacional ao mercado brasileiro.

A empresa fechou em 2018, muito porque o executivo viu a chance de explorar um novo mercado. Isso porque, nas décadas de consultoria, percebeu empresas enfrentando filas e atrasos na hora de analisar documentos para contratar terceirizados.

O diferencial

Faustini percebeu que atravancar projetos por falta de documentos em dia era frequente. "Já vimos prestadores de serviço esperarem mais de 60 dias para começar a operar. Quando você soma isso ao prazo da nota fiscal, o impacto de caixa é gigante", afirma.

A Wehandle reduziu esse tempo para até 3 horas em 60% dos casos. Segundo o CEO, metade dessa porcentagem já representa análises feitas em minutos. No limite, 99,8% das aprovações são feitas em até 48 horas.

A plataforma cruza dados de documentos com bases públicas e avalia riscos tanto da empresa prestadora quanto dos envolvidos no contrato. "Toda companhia contrata terceiros. E nenhuma quer assumir riscos desnecessários", diz Faustini.

A estimativa é que clientes reduzam até 60% dos custos operacionais ligados à gestão de fornecedores. A plataforma também acompanha de forma contínua se os contratos estão sendo cumpridos, enviando alertas sobre documentação vencida ou não conformidade com as regras acordadas.

O que vem por aí?

Antes mesmo de montar um time comercial estruturado, a Wehandle já atendia contas como Globo, Klabin, Unilever, DHL e Coca-Cola. Parte disso, segundo o CEO, veio da vivência prévia com grandes empresas e da urgência do problema que o software resolve.

Agora, a Wehandle se prepara para entrar definitivamente no mercado — e já está trabalhando com algumas empresas chilenas, mirando a internacionalização.

“A gestão de terceiros é um problema global, mesmo que as regulações mudem. O que queremos construir é uma infraestrutura definitiva para esse tipo de operação, que ajude empresas a operar com mais segurança, agilidade e controle”, diz o CEO.

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