Netflix: empresa tem explorado parcerias com o Spotify (Imagem gerada por IA/Freepik)
Repórter
Publicado em 2 de julho de 2025 às 07h19.
Última atualização em 2 de julho de 2025 às 07h23.
A Netflix está reformulando sua abordagem ao entretenimento com uma nova estratégia que mistura grandes competições musicais, shows ao vivo e conteúdo não roteirizado. Em busca de diversificação, a gigante de streaming tem investido em produções que apelam para públicos globais e em tempo real, para competir diretamente com modelo tradicional de programação da TV a cabo.
Em uma tentativa de expandir seu portfólio, a Netflix tem explorado parcerias com o Spotify para criar conteúdos que unam música e entretenimento ao vivo, segundo informações do Wall Street Journal. A proposta inclui desde shows de premiação até shows transmitidos ao vivo, além de documentários e entrevistas com celebridades para capturar o clima do momento.
A plataforma também planeja reviver formatos clássicos, como o programa "Star Search", focando no talento musical. No próximo mês, estreia "Building the Band", um reality que promete conquistar os fãs de música. O formato, que mistura "Love is Blind" com "The Voice", trará participantes que nunca se viram antes, mas que terão que formar uma banda juntos.
A grande novidade da Netflix é sua estratégia de incluir conteúdo ao vivo, como a expectativa para os próximos concursos musicais e shows que podem ser transmitidos em tempo real.
A plataforma busca adaptar-se ao novo comportamento do público, que anseia por mais interatividade, e já experimentou algumas transmissões ao vivo, como a luta entre Mike Tyson e Jake Paul, que, embora com falhas técnicas, mostraram o potencial do formato.
Fontes próximas à empresa disseram ao WSJ que a Netflix está trabalhando para desenvolver mais eventos ao vivo e competições com o intuito de engajar ainda mais seu público e atrair novos assinantes. Apesar dos desafios técnicos enfrentados em transmissões anteriores, a plataforma já mostrou sucesso em eventos como as transmissões de jogos da NFL, com exceção dos problemas que ocorreram em shows de reality como o “Love is Blind”.
A notícia vem pouco tempo depois de dados da Nielsen terem mostrado que o YouTube liderou a audiência da televisão nos Estados Unidos, com 12,5% de participação, pela primeira vez na história — à frente de gigantes como Netflix, Disney e todos os canais a cabo e abertos combinados.
A transformação do YouTube em líder da TV foi construída com base em três pilares: tecnologia, conteúdo e dados. A integração com o ecossistema do Google, segundo especialistas, garante segmentações de público mais precisas, campanhas automatizadas e recomendações personalizadas que mantêm o público conectado por mais tempo. Para os analistas do Goldman Sachs, isso torna o YouTube uma “máquina de retenção e monetização”, com potencial de atingir US$ 99 bilhões em receita anual até 2029.
Outro motor de crescimento é o domínio da tela principal da casa. Segundo a Nielsen, a televisão já é o principal dispositivo de acesso ao YouTube nos EUA. O aplicativo vem pré-instalado em Smart TVs e streaming boxes, com interface otimizada para o controle remoto e recursos exclusivos, como multiview, trailers automáticos e visualizações interativas — tudo pensado para o sofá.
A variedade de conteúdo também conta. De podcasts e videoclipes a documentários, esportes ao vivo e vídeos de humor, a plataforma atende a todos os gostos, faixas etárias e estilos de consumo. Essa diversidade torna o YouTube a “nova TV” de fato, com um diferencial poderoso: a base de criadores, capaz de responder em tempo real aos interesses da audiência.
A Netflix está apostando também em programas familiares e acessíveis a públicos diversos, com produções como "Love is Blind", que inovou no formato de programas de relacionamento, e "Million Dollar Secret", um game show que lembra "Survivor". Esses projetos, segundo o WSJ, são peças-chave na criação de uma camada de assinatura com anúncios, algo que está ganhando terreno no serviço de streaming.
Além disso, o vice-presidente de séries não roteirizadas e esportes da Netflix, Brandon Riegg, afirmou que a empresa quer continuar a busca por conteúdos acessíveis e que garantam uma experiência positiva ao público, desde shows e filmes roteirizados até programas não planejados, como os reality shows, segundo o WSJ.