Oscar 2025: tudo o que reluz é ouro? (Carlo Allegri/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 1 de março de 2025 às 11h26.
A 97ª edição do Oscar, marcada para 2 de março de 2025 no Dolby Theatre, em Los Angeles, é tida como a maior celebração do cinema. Em resumo, mais de 40 longas — e seus elencos — só pensam em uma coisa: levar para casa a tão cobiçada estatueta dourada.
O prêmio carrega a identidade visual do Oscar ao longo de seus 97 anos de história. Com 35 centímetros de altura e cerca de 4 quilogramas, a estatueta foi criada em 1929 por Cedric Gibbons, então diretor de arte da MGM. Mas apesar da aparência dourada, ela não é feita inteiramente de ouro.
No Oscar, o ditado "nem tudo que reluz é ouro" faz sentido. [grifar]A estatueta é produzida em bronze maciço e somente banhada em ouro 24 quilates. Essa composição a torna menos cara do que se fosse feita totalmente do metal precioso, mas ainda valiosa.
A fabricação é realizada anualmente pela Fundição Polich Tallix, de maneira individual e artesanal. O processo leva cerca de três meses e, ao final, são entregues 50 exemplares à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Antes de serem levadas ao teatro de Los Angeles para a cerimônia, as estatuetas passam por um polimento minucioso. Caso sobrem unidades, elas são guardadas em um cofre para uso futuro.
A produção detalhada faz com que cada estatueta tenha um custo estimado entre US$ 500 e US$ 900 (cerca de R$ 2.840 a R$ 5.670 na cotação atual) para a Academia, valor que varia conforme o preço do ouro.
Para os vencedores, no entanto, o preço é apenas simbólico. Antes de levarem o troféu para casa, eles assinam um contrato comprometendo-se a vendê-lo de volta para a Academia por apenas US$ 1, caso decidam se desfazer dele. O acordo impede qualquer revenda para terceiros. Quem se recusar a aceitar essa regra perde o direito à posse da estatueta.
Vale lembrar que a estatueta é o único prêmio oferecido pela cerimônia. Nenhum artista ou estúdio recebe premiações em dinheiro.
Apesar da falta de uma recompensa financeira, os indicados nas categorias de atuação e direção recebem uma sacola de presentes oferecida por patrocinadores do evento.
Desde 2002, a empresa de marketing Distinctive Assets distribui o kit "Everyone Wins" ("Todos Ganham"), recheado com produtos e serviços de quase 60 marcas. Em 2025, os brindes são avaliados em cerca de US$ 170 mil (R$ 994 mil), segundo a Reuters.
Entre os itens estão viagens de luxo, como uma estadia de três noites no Chalet Zermatt Peak, na Suíça, avaliada em US$ 50 mil, além de uma adega para 45 garrafas da THOR Kitchen (US$ 1.800) e uma churrasqueira portátil Schwank (US$ 1.250). Há também produtos cosméticos exclusivos e tratamentos estéticos que podem custar até US$ 10 mil.
No entanto, nem todos os indicados aceitam os brindes, já que o Fisco americano considera os presentes tributáveis.
O Oscar de 2025 acontece no dia 2 de março. A EXAME acompanha a cerimônia ao vivo, com a presença de convidados, em transmissão no YouTube.
Veja a lista completa de indicados à maior premiação do cinema aqui.
Fernanda Torres, intérprete de Eunice Paiva em "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, foi a primeira brasileira a vencer o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz e tem boas chances de fazer história, mais uma vez, na premiação do Oscar. Ela compete com Demi Moore ("A Substância"), Mikey Madison ("Anora"), Karla Sofía Gascón ("Emilia Perez") e Cynthia Erivo ("Wicked").
A atriz também é a primeira brasileira nos últimos 26 anos a concorrer por um papel de drama no Oscar. A última (e até então, única) foi a própria mãe, Fernanda Montenegro — nomeada em 1999 pelo papel em "Central do Brasil", também indicado a Melhor Filme Internacional.
O Brasil nunca ganhou um Oscar em nenhuma das categorias, vale dizer.
Desde “Central do Brasil”, também de Walter Salles, o Brasil não era indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Naquele ano (1999), Fernanda Montenegro também estava na disputa na categoria de Melhor Atriz. A estatueta mesmo, nem Walter, nem Fernanda levaram para casa.
26 anos depois, "Ainda Estou Aqui" não só quebrou o jejum de "Central do Brasil", como marcou o começo de uma lista de ineditismos: foi indicado a Melhor Atriz, Melhor Filme Internacional e Melhor Filme, a maior categoria da premiação, em que a indústria cinematográfica brasileira nunca havia conquistado uma nomeação.
O novo filme de Walter Salles já ultrapassou a marca de 5 milhões de espectadores e R$ 100 milhões em bilheterias. Abriu em primeiro lugar na semana de estreia no Brasil e em Portugal, e em segundo lugar nos Estados Unidos, país no qual ficou em cartaz em 700 salas de cinema. Tem sido listado por críticos de todo o mundo como a principal aposta do ano para Melhor Filme Internacional, e Fernanda Torres é considerada favorita ao prêmio de Melhor Atriz, ao lado de Demi Moore.
O longa é uma coprodução entre Brasil e França, o primeiro original da Globoplay, com produção da VideoFilmes, RTFeatures e MactProdutions em parceria com a ARTE France e Conspiração. A distribuição será feita também pela Sony Pictures.
Além de 'Ainda Estou Aqui': os 10 filmes brasileiros indicados ao Oscar e onde assisti-losA 97ª edição do Oscar será no dia 2 de março em Los Angeles (Califórnia, EUA), no Teatro Dolby.
A premiação completa será exibida na TV Globo, TNT e no streaming, pela Max. A EXAME acompanha a cerimônia ao vivo, com a presença de convidados, em transmissão no YouTube a partir das 19h30.
O início da cerimônia está previsto para as 21h (horário de Brasília).