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As músicas que escondem 'samples' e talvez você não saiba que você não conheça

Descubra os trechos secretos que conectam músicas de diferentes gerações e estilos, muitas vezes sem você perceber

Jay-Z ao lado da esposa Beyoncé e a filha na premiação do Grammy 2018 (Christopher Polk/Getty Images)

Jay-Z ao lado da esposa Beyoncé e a filha na premiação do Grammy 2018 (Christopher Polk/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 10 de agosto de 2025 às 05h47.

Última atualização em 10 de agosto de 2025 às 09h52.

A música está em constante transformação e carrega ecos do passado para se reinventar no presente. Uma das técnicas que fazem essa ponte entre gerações é o sample: o uso de um trecho de uma música já existente dentro de uma nova composição, que pode ser um riff, um vocal, uma batida ou um pedaço instrumental.

Muito popular em estilos como hip-hop, rap e música eletrônica, o sample cria um diálogo musical entre artistas e épocas, permitindo que "filhos antigos ganhem novas vidas" e significados.

"Samples" famosas: histórias e conexões 

No Brasil, o uso da amostra é uma forma de homenagear raízes culturais e inovar artisticamente. Um exemplo marcante é a canção “Ele e Ela” (1970), do mestre do samba-jazz Marcos Valle, que foi sampleada pelo rapper Jay-Z na faixa “Thank You”, do álbum The Blueprint 3 (2009), estabelecendo uma conexão criativa entre Rio de Janeiro e Nova York.

Outro caso emblemático é a música “Casa Forte” (1977), da banda Black Rio, sampleada pelo rapper Mos Def em “Casa Bey” (2009), mesclando funk, samba e rap com muita sofisticação.

No rap nacional, Marcelo D2 trouxe a inovação ao samplear “Deixa Eu Dizer” de Cláudya em sua música “Desabafo” (2008), fundindo a energia da Jovem Guarda com a modernidade do hip-hop.

Ariana Grande usou samples de clássicos da Broadway em sucessos como “7 Rings”. Ritmos brasileiros, como o funk e soul de Tim Maia, foram sampleados em músicas como “Soldier in the City” de Aloe Blacc.

Mais recentemente, a canção “AmarElo” (2019), de Emicida, incorporou a música “Sujeito de Sorte” de Belchior, transformando o sample em poderosa ferramenta de crítica social e esperança. Já os Racionais MCs utilizaram a faixa “Ela Partiu” de Tim Maia para conferir peso e emoção à música “Homem na Estrada” (1992), mostrando como o sample pode enriquecer narrativas com camadas simbólicas.

Samples que ficaram famosos pelo mundo

No cenário internacional, exemplos icônicos de samples incluem “Crazy in Love” (2003), de Beyoncé feat. Jay-Z, que começa com o inconfundível riff de metais da banda soul The Chi-Lites, da música "Are You My Woman (Tell Me So)" (1970). Esse sample confere energia e vibração à faixa, mesclando o contemporâneo com o clássico dos anos 70.

Outro exemplo é “California Love” (1995), de 2Pac feat. Dre, que utiliza a introdução de "Woman to Woman" (1972), de Joe Cocker, para criar uma das bases mais icônicas do hip-hop dos anos 90. Em “Stan” (2000), Eminem usa a melodia suave e melancólica da música “Thank You” (1998), de Dido, ambientando a narrativa emocional da letra.

Em “Hard Knock Life (Ghetto Anthem)” (1998), Jay-Z inova ao samplear “It's the Hard Knock Life” do musical Annie (1977), criando um contraste marcante entre o universo infantil e as dificuldades retratadas na letra. “Mo Money Mo Problems” (1997), de The Notorious BIG feat. Puff Daddy & Mase, traz o sample de “I'm Coming Out” (1980), de Diana Ross, que proporciona ritmo dançante e contagiante à música.

Kanye West, em “Bound 2” (2013), utiliza um sample da música soul “Bound” (1971), de Ponderosa Twins Plus One, combinando produção moderna com influências vintage. Um caso mais recente e controverso é “Shape of You” (2017), de Ed Sheeran, que teve que creditar os compositores de “No Scrubs” (1999), do TLC, por semelhanças na melodia, ainda que não seja um sample tradicional.

O que é sample e o que é plágio: entenda a diferença

É importante distinguir sample de plágio. O sample ocorre quando um artista utiliza um trecho identificado de uma gravação musical já existente, com autorização legal dos detentores dos direitos de gravação e da composição — sejam gravadoras ou autores. Esse processo legitima o uso e valoriza a criação original, permitindo a reinvenção artística.

Por outro lado, o plágio acontece quando uma música utiliza trechos, melodias, letras ou outros elementos protegidos por direitos autorais sem a devida permissão, configurando uma infração legal. Mesmo trechos pequenos, se não autorizados, caracterizam plágio, podendo levar a processos judiciais e remoção da obra.

Existe ainda uma interpolação, que se diferencia do sample por ser a regravação de uma parte de uma música, em vez do uso direto da gravação original. Para isso, é necessária a solicitação dos compositores da obra original, mas não da gravadora, que é exigida no caso da amostra .

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