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Besouros ameaçam destruir 100 mil livros históricos em biblioteca milenar; entenda

Mudanças climáticas podem ter intensificado a ação dos insetos na Abadia de Pannonhalma, diz restauradora

A Abadia de Pannonhalma, Patrimônio Mundial da UNESCO, luta para preservar seu valioso acervo de séculos de história (Martin Zwick/REDA/Universal Images Group via Getty Images)

A Abadia de Pannonhalma, Patrimônio Mundial da UNESCO, luta para preservar seu valioso acervo de séculos de história (Martin Zwick/REDA/Universal Images Group via Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 14 de julho de 2025 às 15h31.

Última atualização em 14 de julho de 2025 às 15h48.

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A biblioteca Abadia de Pannonhalma, na Hungria, está enfrentando uma batalha desesperada para salvar mais de 100 mil livros de uma infestação de besouros que ameaça destruir séculos de história.

O besouro da farmácia, também conhecido como besouro do pão, é o responsável pela destruição. Este inseto, normalmente encontrado em grãos e especiarias, se atrai pelas colas à base de gelatina e amido usadas na encadernação dos livros. Os restauradores trabalham para remover cuidadosamente os livros das prateleiras e colocá-los em caixas para iniciar o tratamento contra os besouros.

Segundo Zsófia Edit Hajdu, restauradora-chefe do projeto ouvida pela Associated Press, a infestação é de uma magnitude inédita vista na biblioteca. "Este é um caso avançado de infestação de insetos detectada em várias partes da biblioteca. Por isso, toda a coleção é considerada infectada e deve ser tratada de uma só vez".

A Abadia é uma das bibliotecas mais antigas do mundo, fundada em 996 D.C.

Patrimônio cultural ameaçado

A biblioteca tem um acervo de mais de 400 mil volumes. Entre os destaques estão 19 códices medievais, incluindo uma Bíblia completa do século 13, e manuscritos que datam a invenção da imprensa. A abadia também é o lar dos primeiros registros escritos do país e foi um dos centros de aprendizado mais importantes da Europa Central durante séculos.

Para Ilona Ásványi, diretora da biblioteca ouvida pela Associated Press, o trabalho de preservação é uma responsabilidade imensa. "É vertiginoso pensar que havia uma biblioteca aqui há mil anos, e que somos os guardiões do primeiro catálogo de livros da Hungria", disse ela. Parte do acervo está comprometido com a ação dos besouros.

Para combater a infestação, os livros estão sendo colocados em sacos plásticos hermeticamente fechados, sem oxigênio e com nitrogênio, por seis semanas. O processo de desinfecção visa matar os besouros sem danificar os livros. Após esse período, cada volume será inspecionado individualmente, aspirado e, caso tenha sido danificado, será encaminhado para restauração.

Até lá, a Abadia de Pannonhalma ficará fechada para visitação. E espera reabrir sua biblioteca no início do próximo ano.

Mudanças climáticas na infestação

A Abadia acredita que o aumento das temperaturas devido às mudanças climáticas tenha contribuído para o agravamento da infestação. As temperaturas mais altas permitem que os besouros passem por mais ciclos de desenvolvimento a cada ano.

A biblioteca segue a Regra de São Bento, que obriga a proteger e preservar todos os bens do mosteiro com a mesma reverência dada aos vasos sagrados do altar. "Sinto a responsabilidade do que essa preservação realmente significa", finalizou Ásványi.

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