Estagiária de jornalismo
Publicado em 20 de maio de 2025 às 15h56.
Última atualização em 20 de maio de 2025 às 16h41.
O Tinder, lançado em 2012, é hoje o maior aplicativo de namoro do mundo, com cerca de 75 milhões de usuários ativos mensais e 42 milhões de acessos diários.
De acordo com Yoel Roth, vice-presidente de segurança do Match Group, grupo controlador do aplicativo, o Brasil é o terceiro maior mercado do app de relacionamentos, atrás somente dos Estados Unidos e Reino Unido.
Mais do que números, o app tem se tentado se reinventar para atender às demandas da geração Z — jovens buscam conexões seguras e transparentes.
Uma pesquisa realizada pela empresa de inteligência de mercado Savanta, indica que nove em cada dez jovens da geração Z passam por uma espécie de burnout da paquera e fogem dos apps. E um dos motivos é a falta de segurança em dates arranjados pelo aplicativos de relacionamento.
Segundo o Tinder, cerca de 38% dos usuários do app têm entre 18 e 24 anos, e outros 45% têm entre 25 e 34 anos, com idade média geral de 26 anos.
O fenômeno do “slow dating” — encontros mais lentos, presenciais e com foco em conexões reais — ganha força, e reflete uma busca por relacionamentos mais profundos e menos digitais.
Para "dar match" com a gen Z, o Tinder vai investir em segurança.
A partir da próxima semana, a plataforma vai disponibilizar um canal de atendimento exclusivo e 24 horas voltado para o acolhimento das mulheres.
A nova funcionalidade foi criada em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) Justiceiras, projeto da promotora de justiça Gabriela Manssur para oferecer suporte imediato em situações de assédio, abuso ou violência de gênero durante encontros realizados por meio do aplicativo.
O aplicativo contará com um botão especial que permitirá às usuárias acionarem rapidamente uma linha direta de ajuda.
Por meio desse canal, a equipe atuará como intermediária entre as vítimas e os órgãos oficiais de denúncia, para garantir um atendimento rápido, eficiente e seguro.
Entre outras ferramentas implementadas estão:
Verificação de identidade por biometria e selfie em vídeo, que ajuda a garantir que os perfis sejam reais e autênticos, reduzindo fraudes e perfis falsos;
Inteligência artificial que analisa mensagens antes do envio, sugerindo que o usuário reavalie o envio de conteúdo sexual ou ofensivo, com alertas do tipo “isso te incomodou?” e incentivo à denúncia de abusos;
Video chat dentro do app, que permite encontros virtuais seguros antes do contato presencial;
Recurso Share My Date (“Compartilhar Meu Date”), que possibilita informar amigos sobre o encontro presencial, aumentando a segurança física do usuário.
Além da segurança, o Tinder aposta em tecnologia para tornar a experiência mais autêntica e eficaz.
O uso de inteligência artificial não só modera o conteúdo mas também ajuda os usuários a melhorarem seus perfis.
Por exemplo, perfis com biografia têm 90% mais chance de gerar conexões, e o feedback da IA sobre o perfil faz com que os usuários notem uma melhora expressiva na troca de mensagens.
O app também investe em conteúdo cultural para se aproximar da geração Z, como o podcast “Match o Papo”, que aborda temas de relacionamentos e desmistifica o uso dos apps, criando um ambiente mais natural e acolhedor para os jovens.
Apesar do engajamento, o Tinder enfrenta desafios.
O número de assinantes pagantes caiu de 10,9 milhões em 2022 para 9,6 milhões em 2024, e o mercado global de apps de namoro mostra sinais de estagnação, com queda de downloads de cerca de 20% desde 2020.
A Match Group acumula perda de US$ 41 bilhões em capitalização de mercado desde o pico em 2021.
Para se manter relevante, o Tinder planeja ampliar suas funcionalidades focadas em segurança e experiências imersivas, além de lançar no Brasil o app de relacionamentos Hinge, focado para o encontro de relacionamentos sérios.