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Do Mickey ao império de US$ 219 bilhões: como a Disneylândia fez da Disney um sucesso global

Em 2025, uma das companhias mais famosa do mundo completa 70 anos desde a inauguração do primeiro parque de diversões na Califórnia (EUA)

Disney: a ideia de Walt Disney para entretenimento começou nos anos 1950 (Montagem EXAME)

Disney: a ideia de Walt Disney para entretenimento começou nos anos 1950 (Montagem EXAME)

Publicado em 22 de julho de 2025 às 06h29.

Última atualização em 22 de julho de 2025 às 06h55.

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Há 70 anos, a Disney inaugurava sua primeira grande aposta no mundo do entretenimento: a Disneylândia em Anaheim, Califórnia. O que deveria ser uma grandiosa celebração de um projeto visionário se transformou em um dos maiores desastres da história dos parques temáticos. E o dia entrou para a história — mas não do jeito que Walt Disney esperava. 

O caos generalizado daquele dia 17 de julho ficou conhecido como “Black Sunday”. Sob um calor escaldante, as ruas estavam lotadas de visitantes, com estimadas 28 mil pessoas comparecendo à inauguração, quando a expectativa era de 15 mil convidados. Sem o controle necessário, o parque ficou abarrotado, o que criou uma pressão insustentável sobre a infraestrutura, ainda em fase de testes.

Celebridades de Hollywood e seus filhos entram no castelo da Bela Adormecida: presença de famosos ajudou a atrair multidões para o dia de estreia (Bettmann / Colaborador/Getty Images)

O calor da Califórnia afetou gravemente as condições operacionais. O asfalto de Main Street foi colocado no último minuto e, com o clima intenso, não teve tempo suficiente para endurecer. O resultado? Mulheres com saltos altos ficaram presas no chão derretido, obrigadas a deixar seus sapatos para seguir adiante. Enquanto isso, uma greve de encanadores fez com que muitas das fontes de água do parque ficassem secas, e a escolha de Walt Disney foi forçada: garantir que os banheiros estivessem funcionando em vez de manter as fontes de água. 

A infraestrutura, que estava em desenvolvimento há menos de um ano, simplesmente não estava pronta para atender a tamanha demanda. O caos não parou por aí. Um vazamento de gás sob a área de Fantasyland fez com que várias atrações fossem fechadas por horas, forçando a Disney a evacuar áreas inteiras do parque.

As atrações também estavam mal preparadas. O famoso Mark Twain Riverboat, por exemplo, estava sobrecarregado com 500 passageiros, acima da capacidade oficial do brinquedo, de 300 pessoas, o que fez com que a embarcação se desequilibrasse e ficasse atolada. Outras atrações, como Dumbo o Elefante Voador, Peter Pan’s Flight e Rocket to the Moon, sequer abriram as portas naquele dia devido a falhas de última hora na construção.

O livro de receitas para o desastre estava completo: a alimentação era precária. Apenas três restaurantes estavam em funcionamento e, devido ao grande número de visitantes, os alimentos se esgotaram rapidamente, deixando muitos famintos no meio de um calor insuportável. Além disso, o parque não estava preparado para lidar com a enorme quantidade de visitantes, o que criou um congestionamento de trânsito nunca visto antes. Carros ficaram estacionados por até sete milhas ao longo da Santa Ana Freeway, e a polícia local declarou que aquela foi a pior paralisação de tráfego já vista na região até aquele dia.

Após o fiasco, Walt Disney, que estava longe do centro das confusões, tentando coordenar a transmissão ao vivo da inauguração, foi pego de surpresa com o que havia acontecido. Para resolver a situação, ele convidou todos os visitantes a voltarem para uma segunda visita, oferecida como uma experiência privada. O dia seguinte foi muito mais organizado, mas a imagem do parque já estava marcada pelo caos do dia anterior.

Inauguração da Disneylândia em 17 de julho de 1955: milhares de visitantes se reuniram em Anaheim, na Califórnia, para a estreia do primeiro parque temático de Walt Disney (Los Angeles Examiner/USC Libraries/Corbis/Getty Images)

Mas não demorou muito para a Disneylândia se recuperar. Em apenas sete semanas, o parque já havia recebido 1 milhão de visitantes. O maior impacto da inauguração desastrosa foi no aspecto operacional da Disney, que se viu forçada a melhorar rapidamente suas operações. Entre as primeiras mudanças, estavam os ingressos numerados e com um sistema de segurança mais rígido, visando combater os ingressos falsificados. O sistema de infraestrutura foi reforçado, com melhorias nas condições de saneamento, controle de multidões e alimentação. Em apenas um ano, a Disney conseguiu transformar a experiência.

Apesar do início conturbado, o parque sobreviveu, e a Disney cresceu. Em 1971, a companhia lançou o Walt Disney World Resort, na Flórida, um projeto ainda mais ambicioso, que veio com a abertura do Magic Kingdom e que visava atingir uma nova audiência no leste dos Estados Unidos. Ao longo dos anos, a Disney expandiu seus parques para diversos continentes, com a inauguração de novos destinos na Ásia e Europa.

Fonte: Walt Disney Company

Hoje, 70 anos mais tarde, os parques da Disney continuam sendo as maiores atrações turísticas do mundo, com 12 parques ao redor do globo e mais de 140 milhões de visitantes anualmente. O que começou como um grande erro e um marco de dificuldades operacionais, se transformou no maior império do planeta, com o setor de parques e experiências da Disney registrando uma receita de US$ 9,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano e lucro de US$ 3,1 bilhões — o que representa cerca de 36% da receita total consolidada da companhia e 70% do lucro operacional, respectivamente. 

“Celebrar os 70 anos da Disneyland é reviver a materialização de um sonho que transformou o entretenimento global. Foi lá que Walt Disney deu vida à ideia de um lugar onde famílias do mundo todo pudessem se conectar com a magia das nossas histórias – e essa visão continua nos inspirando todos os dias”, diz Yonatan Politi, Vice-presidente e Gerente Geral de Produtos de Consumo da Disney para a América Latina.

Do primeiro filme à máquina ‘devoradora’ de estúdios de Hollywood

Tony Stark ao final de "Vingadores: Ultimato", segunda maior bilheteria da história (Marvel Studios/ Disney)

A Disneylândia serviu de abre alas para um setor bilionário da Walt Disney Company, mas não teria existido se a indústria cinematográfica da empresa não tivesse se destacado no mercado do entretenimento.

O primeiro longa-metragem da Disney não foi um filme do Mickey e sim o de uma princesa — o início de uma longa tradição da companhia nos cinemas. “A Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) marcou o início da Era de Ouro da Disney, e foi o responsável por popularizar Mickey Mouse, mas o que fez de melhor foi abrir espaço para outros clássicos, como “Pinóquio” (1940), “Fantasia” (1940), “Dumbo” (1941) e “Bambi” (1942). Uma década depois de "A Branca de Neve", a Disney já era vista como referência mundial em animação.

Nos anos 1950 e 1960, a empresa expandiu o catálogo com produções como “Cinderela” (1950), “Alice no País das Maravilhas” (1951), “Peter Pan” (1953) e “A Bela Adormecida" (1959), mantendo o estilo clássico de animação desenhada à mão. O sucesso já estava espalhado na Disneylândia e, alguns anos mais tarde, o castelo da Cinderela seria a principal atração do Magic Kingdom, segundo parque de diversões da Disney em Orlando.

A partir da década de 1980, a companhia passou por uma revitalização, batizada de Renascença Disney, que trouxe filmes de sucesso comercial e crítico. Também foi o momento, quase meio século após a inauguração da Disneylândia, de começar a investir na compra de estúdios menores.

O Rei Leão 1994

O Rei Leão (1994), um dos maiores clássicos de animação da Walt Disney Company (The Lion King/ Disney)

A Pequena Sereia” (1989), “A Bela e a Fera” (1991), “Aladdin” (1992) e “O Rei Leão” (1994) foram os clássicos que vieram entre a aquisição de outros estúdios. No início de 1990, a Disney fez a primeira grande aquisição: a rede de televisão ABC em 1996, que custou cerca de US$ 19 bilhões. 

Com o avanço tecnológico, e já de olho em novas aquisições, a Disney incorporou animação digital e parcerias estratégicas com a Pixar — apesar de só tê-la comprado, de fato, em 2006, por US$ 7 bilhões. A partir de “Toy Story” (1995), primeiro longa-metragem totalmente em animação 3D, abriu-se uma nova era. E depois dos anos 2000, a empresa já era uma potência no cinema. Mais tarde, a colaboração rendeu sucessos como “Monstros S.A. (2001), “Procurando Nemo” (2003) e “Os Incríveis” (2004).

Na década de 2010, a Disney expandiu ainda mais o repertório e a fome para abocanhar novos projetos e estúdios. Em 2009, após o sucesso de “Homem de Ferro” (2008), a empresa comprou a Marvel Studios por US$ 4 bilhões e fez dela um de seus maiores impérios. “Vingadores: Ultimato” se tornou a segunda maior bilheteria da história, com US$ 2,8 bilhões arrecadados. E a máquina continuou a girar.

Em 2012, foi a vez da Lucasfilm e da poderosa (e lucrativa) franquia “Star Wars”. US$ 4 bilhões muito bem gastos: só em bilheteria nos cinemas, a saga já arrecadou US$ 6 bilhões — “Star Wars: O Despertar da Força” (2015) fez, sozinho, uma bilheteria de US$ 2,07 bilhões.

Rey em cena do filme Star Wars: A Ascensão Skywalker

Rey em cena do filme Star Wars: A Ascensão Skywalker ((c) 2019 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved./Divulgação)

Dali para frente, foi uma fase com destaque para filmes que equilibraram animação tradicional, CGI e novas técnicas, além de explorar temas contemporâneos e diversidade cultural. Obras como “Frozen” (2013), que se tornou um fenômeno global, “Zootopia” (2016), “Moana” (2016) e “Raya e o Último Dragão” (2021), reforçam essa tendência.

Em 2017 veio o arremate final: em uma das maiores transações da história da mídia, a Disney comprou a finada 20th Century Fox, que se tornou 21th Century, por um total de US$ 71 bilhões. Foi o acerto final para dar início a uma jornada longa de bilheterias imensas. 

Fonte: Walt Disney Company

Até 2025, a Disney continua investindo em cinema com produções novas e franquias consagradas, e se manteve uma das maiores forças no entretenimento global, tanto em animação quanto em filmes live-action. No segundo trimestre fiscal deste ano, teve lucro de US$ 1.3 bilhão só com o setor de cinema e streaming.

A Disney moderna: na guerra dos streamings

Disney+: o futuro do entretenimento da Walt Disney Company (LightRocket /Getty Images)

A ideia da Disney para entrar no streaming já estava nos planos do CEO, Bob Iger, desde 2017. A mudança estratégica começou a ganhar forma com a aquisição de 75% da BAMTeh, uma plataforma de tecnologia de streaming, por US$ 1,58 bilhões naquele mesmo anjo. A decisão foi clara: a Disney queria controlar a distribuição de conteúdo diretamente, sem depender de terceiros, como fazia com as emissoras tradicionais ou até mesmo com a Netflix, a quem a Disney licenciará seu conteúdo até o final de 2019.

O movimento representava não apenas a necessidade de se adaptar à queda das assinaturas de TV paga, mas também uma antecipação de um futuro onde os consumidores estivessem cada vez mais inclinados a "cortar o cabo" e a buscar alternativas digitais.

Em 2018, Bob Iger revelou o nome oficial do serviço, Disney+, com lançamento confirmado para final de 2019. A ideia era criar uma plataforma que não apenas competisse com serviços como Netflix e Amazon Prime Video, mas que tivesse um apelo ainda maior, unindo todas as suas franquias de sucesso, como Marvel, Pixar, Star Wars e National Geographic, sob um mesmo teto.

Quando o Disney+ finalmente foi lançado, em 12 de novembro de 2019, a plataforma estreou nos Estados Unidos, Canadá e Países Baixos, e com um grande impacto. O serviço ofereceu aos consumidores uma vasta biblioteca de filmes e séries, sem anúncios, e com conteúdo exclusivo — algo até então era incomum no mercado de streaming. Em 2020, foi a vez de desembarcar no Brasil. 

Desde o seu lançamento, a Disney não se limitou a lançar um único serviço de streaming. Ela adotou uma estratégia de "fórmula de pacotes" com o Disney+, Hulu e ESPN+, criando opções de assinatura combinadas para atrair uma base de consumidores diversificada.

A aposta foi um sucesso imediato. Em apenas alguns meses, o Disney+ acumulou mais de 50 milhões de assinantes, superando as expectativas iniciais. O crescimento da base de usuários foi acelerado pela enorme demanda por conteúdo exclusivo das suas grandes franquias e produções originais, como "The Mandalorian" e "WandaVision", que não só atraíram fãs das franquias, mas também abriram as portas para um novo público.

O Disney+, juntamente com o Hulu, tem mostrado um crescimento sólido, com uma base global de assinantes atingindo 126 milhões no segundo trimestre de 2025. A análise do setor sugere que a plataforma pode alcançar até 194 milhões de assinantes até o final do ano, consolidando sua posição como um dos maiores serviços de streaming do mundo, atrás apenas do Prime Video, da Amazon, e da Netflix.

Fonte: Walt Disney Company Earnings

Da terra ao mar: o primeiro dos 12 cruzeiros

43 anos depois do primeiro parque, a terra ficou pequena para a Disney, que decidiu se aventurar também nos mares. A ideia de expandir o império da Disney para o setor de cruzeiros surgiu no final dos anos 90, como parte da estratégia de diversificação da companhia. Em 1996, a Disney fundou a Magical Cruise Company Ltd., que viria a se tornar a Disney Cruise Line. O primeiro navio, o Disney Magic, foi lançado dois anos depois, em 1998.

A proposta, à época, era inovadora: criar um cruzeiro focado em famílias, com entretenimento exclusivo e experiências imersivas para todas as idades. O Disney Magic e o segundo navio da frota, o Disney Wonder, lançado em 1999, logo conquistaram um público fiel, atraído pela combinação de personagens da Disney a bordo, destinos paradisíacos e serviços de qualidade premium. Uma das primeiras inovações da Disney Cruise Line foi o conceito de "Rotational Dining", onde os passageiros trocam de restaurante durante a viagem, mantendo a mesma equipe de garçons, algo inédito no setor na época.

Mas não é com mares tranquilos que se fazem bons marinheiros. A Disney Cruise Line teve que enfrentar a concorrência crescente de empresas como a Carnival e a Royal Caribbean, além de questões operacionais, como a expansão da frota e a necessidade de se manter competitiva no mercado. 

Disney Treasure, último navio lançado pela empresa, no fim do ano passado: até 2031, a divisão de cruzeiros da companhia passará de cinco para 13 navios (Kent Phillips/Divulgação)

A expansão da frota  não foi um processo simples. Os custos envolvidos na construção de novos navios de luxo, projetados para oferecer experiências exclusivas e imersivas, são elevados. A Disney teve que balancear investimentos significativos para garantir que a experiência do cliente fosse sempre premium, ao mesmo tempo em que buscava manter a competitividade com outras linhas de cruzeiro. Além disso, a logística de operar múltiplos navios em diferentes destinos e manter uma taxa de ocupação alta exigiu um esforço constante de planejamento e coordenação operacional.

Outro desafio crítico foi o controle de qualidade. Enquanto a Disney é famosa por sua atenção aos detalhes e pela criação de experiências imersivas, garantir que isso se mantivesse constante em uma frota crescente de navios foi uma tarefa difícil. A Disney precisou implementar processos rigorosos de treinamento e operações para manter os padrões elevados em todos os aspectos da experiência a bordo, desde o serviço de restaurante até o entretenimento e as atividades para crianças.  

Em termos financeiros, a Disney Cruise Line também enfrentou um cenário de altos custos operacionais. Com a construção de novos navios e o lançamento de novos destinos exclusivos, como a ilha Castaway Cay nas Bahamas, surgiram grandes investimentos de capital. Esses custos exigiam uma gestão cuidadosa das receitas para garantir que o negócio de cruzeiros fosse financeiramente sustentável. A Disney também precisou ajustar sua estratégia de preços para competir com os valores mais baixos oferecidos por outras linhas de cruzeiro, enquanto ainda mantinha uma proposta de valor premium para seus passageiros.

E não foi apenas a concorrência e a expansão que trouxeram desafios. A pandemia de covid-19 também representou uma grande dificuldade para a Disney Cruise Line, assim como para toda a indústria de cruzeiros. Com a paralisação das operações e as restrições de viagens globais, a Disney enfrentou perdas que podem ter passado dos US$ 1,2 bilhão entre 2020 e 2022. Mas a empresa se recuperou rapidamente, e a demanda reprimida ajudou a impulsionar o retorno das operações a níveis elevados de ocupação.

Em termos financeiros, a Disney Cruise Line tem se mostrado uma aposta certeira. Em 2023, a empresa alcançou US$ 2,2 bilhões em receita, um aumento de 90,6% em relação ao ano anterior. A taxa de ocupação dos navios atingiu impressionantes 97% no final de 2023, refletindo a alta demanda por cruzeiros Disney no pós-pandemia.  Desde então, os resultados financeiros do setor de cruzeiros são divulgados junto aos parques, em “experiências". 

As projeções para o futuro são positivas. Analistas de mercado apontam que o setor de cruzeiros pode mais que dobrar de tamanho até o final da década, com uma expansão da frota de seis para 13 navios até 2031. Com isso, a capacidade de passageiros deve crescer de 13.500 leitos para 28 mil leitos, o que deve impulsionar as receitas para US$ 9 bilhões até 2032.  

Disney lifestyle: na roupa, em casa e na vida

Marvel Store em Campinas, interior de São Paulo (Marvel Store/Divulgação)

Além da terra e do mar, existe um outro espaço que a Disney conquistou ao longo dos anos, e que auxiliou para que a empresa se tornasse a gigante bilionária de hoje: a casa das pessoas e, consequentemente, o estilo de vida delas. 

Os produtos Disney já eram populares nos parques com pelúcias e acessórios no século passado. Desde os anos 2000, no entanto, ficaram mais frequentes, coloridos e atraentes para não só quem passa um dia dentro de um dos complexos de parques de diversão da empresa, mas também para quem consome os filmes, séries e desenhos.

Anualmente, Disney arrecada US$ 62 bilhões (aproximadamente R$ 356,5 bilhões, na cotação atual) em vendas ao redor do mundo, de acordo com dados fornecidos à EXAME. Nos últimos anos, depois da compra da Marvel Studios e da Lucasfilm, as vendas subiram ainda mais para o público adulto, além do infantil. 

O apelo é tão forte entre os consumidores que, ao longo dos anos, a companhia montou uma extensa estratégia de licenciamento ao redor do globo para vender produtos oficiais na maior quantidade de países possível. No Brasil, por exemplo, parceiros como o Mercado Livre e a Dream Store são alguns dos meios por onde é possível ter acesso a itens oficiais Disney. E o mercado, por aqui, é uma parte relevante para a empresa a nível global.

"Conduzir a Disney no Brasil em um momento de tantas transformações é, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma oportunidade inspiradora. Manter a relevância da marca e gerenciar um portfólio tão amplo e diverso, em um mercado em constante transformação, exige inovação constante, sem jamais perder a essência que nos tornou quem somos”, diz Renato D’Angelo, General Manager da The Walt Disney Company Brasil. “Nosso compromisso é seguir aproximando a Disney do público brasileiro por meio de diferentes pontos de conexão, seja no cinema,  Disney+, experiências imersivas”.

O Mickey em Wall Street

Em 2025, a Disney se apresenta como uma das ações mais promissoras do setor de entretenimento e lazer. E para a Wall Street, continuará em uma trajetória de crescimento, com perspectivas positivas para suas operações de streaming e parques. 

Os analistas estão amplamente bullish em relação à empresa, com as estimativas de preço de ações variando entre US$ 128 e US$ 133, com alguns mais otimistas apontando metas de US$ 140 a US$ 147.

O mercado destaca que o sucesso da Disney no setor de streaming tem sido um dos principais motores para essas projeções positivas. A empresa alcançou US$ 336 milhões de lucro operacional no setor de streaming no último trimestre, um aumento significativo em relação aos US$ 47 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. O crescimento expressivo é atribuído ao aumento da receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês), que, em média, chegou a US$ 7,77 globalmente. A estratégia de pacotes premium, que combina o Disney+ com o Hulu e outros serviços, tem sido apontada como uma das chaves para o sucesso desse crescimento. Além disso, a meta de lucro de US$ 875 milhões para o segmento de streaming em 2025 é vista como alcançável, considerando o desempenho constante da empresa e a expansão internacional dos seus serviços.

O setor de parques e experiências, que também é um pilar financeiro fundamental para a Disney, continua a gerar resultados positivos. Os parques domésticos nos Estados Unidos tiveram um aumento de 13% no lucro operacional durante o começo do ano, com um crescimento de 9% nas receitas, alcançando US$ 6,5 bilhões. O aumento nas vendas per capita de mercadorias e alimentos, com a expansão de novas ofertas, como o parque anunciado em Abu Dhabi, contribuem para a alta performance. A inauguração de novos parques e a forte demanda global por experiências da Disney são vistas por Wall Street como elementos-chave para a continuação do crescimento da marca, especialmente no mercado internacional.

Olhando para o futuro, as projeções de lucro por ação (EPS) para o ano fiscal de 2025 indicam um crescimento de 16%, com as estimativas variando entre US$ 5,21 e US$ 5,41 por ação. Analistas da Jefferies e da Guggenheim destacam que a Disney se posiciona como uma das ações com maior potencial de valorização no setor de entretenimento e lazer, com uma expansão sólida e diversificada no portfólio de franquias e experiências.

Mas não sem riscos. Analistas apontam que a crescente concorrência no setor de parques com novos empreendimentos de rivais como a Universal Studios, e desafios econômicos globais, especialmente na China, que podem impactar as operações da Disney na Ásia, são dois pontos de atenção. Além disso, a pressão competitiva no setor de streaming, especialmente com a constante inovação de concorrentes como Netflix e Amazon Prime Video, exige que a Disney continue a investir em conteúdo exclusivo e novas estratégias de engajamento para manter sua posição de destaque no mercado. 

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