Gladiador II: filme impulsionou receita de cinemas da Paramount em 2024 (Reprodução/-)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 8 de maio de 2025 às 12h53.
A Paramount Pictures, uma das maiores e mais influentes empresas do cinema, celebra nesta quinta-feira, 8, 113 anos de história.
Fundada em 1912 como Famous Players Film Company, a gigante da indústria cinematográfica dos Estados Unidos conquistou seu lugar como uma das mais antigas e respeitadas do setor. Ao longo das décadas, produziu alguns dos maiores sucessos do cinema e se reinventou em várias ocasiões para se manter relevante frente às mudanças do mercado.
Hoje, com um setor aquecido, a empresa enfrenta dificuldades — com concorrentes como Disney e Warner Bros. se dando bem nas bilheterias, além de lutar por um espaço no streaming, dominado pela Netflix.
A companhia, parte do conglomerado Paramount Global, registrou uma receita de US$ 7,78 bilhões no último trimestre de 2024. A divisão de cinema da empresa cresceu 67% no mesmo período, impulsionado pelo sucesso de filmes como Gladiador II e Sonic 3. Juntas, as duas produções arrecadaram mais de US$ 1,6 bilhão em bilheteiras globais.
A expansão também se refletiu no setor de streaming, com o Paramount+ atingindo 77,5 milhões de assinantes em 2024. O serviço adicionou 10 milhões de novos usuários durante o ano, com um crescimento de receita de 69% no último trimestre.
A performance coloca a plataforma em um caminho positivo para alcançar a lucratividade até 2025, com a redução das perdas, que caíram de US$ 490 milhões para US$ 289 milhões.
Apesar do desempenho positivo, a Paramount ainda enfrenta uma dura competição.
Empresas como Disney e Warner Bros. Discovery estão à frente quando o assunto são as telonas, com a Disney liderando a arrecadação de bilheteira nos Estados Unidos em 2024 e a Warner obtendo uma receita de US$ 10 bilhões no quarto trimestre do ano passado.
Ambas também se destacam no segmento de streaming, o que coloca a Paramount em uma posição de constante adaptação no mercado de entretenimento digital.
Ainda no streaming, a Paramount precisa correr: no 4º trimestre de 2024, a Netflix anunciou que havia alcançado a marca de 301,6 milhões de assinantes, aumento de 18,9 milhões de um trimestre para outro — desde então a empresa não divulga mais o número de assinantes pagos.
O JPMorgan manteve uma visão cautelosa sobre a Paramount Global em 2024, classificando suas ações como underweight (desempenho inferior ao mercado) e recomendando venda, com preço-alvo em torno de US$ 11 por ação.
O banco destaca que, apesar do crescimento nas assinaturas do Paramount+ no terceiro trimestre de 2024, a receita da empresa caiu 5,9% ano a ano para US$ 6,73 bilhões, ficando abaixo das expectativas, impactada pela queda nas divisões de televisão e cinema.
Embora o lucro por ação ajustado tenha surpreendido positivamente, subindo 66,3% para US$ 0,49, impulsionado por ajustes não recorrentes, como ajuste contábil e custos de reestruturação, o JPMorgan ainda mantém uma visão conservadora sobre o desempenho futuro da empresa.
O banco também ajustou para cima a previsão de OIBDA da Paramount para US$ 3,009 bilhões em 2024, refletindo melhora operacional, mas mantém sua recomendação negativa devido aos desafios em receita e lucros, além da transição em curso no modelo de negócios da empresa.
A fusão com a Skydance Media, que deve ser concluída neste ano, pode fortalecer ainda mais o portfólio de conteúdo da Paramount e ampliar sua competitividade no mercado.
Com estimativas de receita de cerca de US$ 30 bilhões para 2024, a Paramount está posicionada para continuar sua trajetória de adaptação ao mercado digital, enquanto ainda mantém sua forte presença no cinema tradicional.
A fusão com a Skydance, prevista para este ano, deve fortalecer seu portfólio e ampliar a competitividade no mercado global, segundo os analistas.
Ao longo das décadas, a Paramount Pictures tem sido responsável por alguns dos maiores sucessos de bilheteira da história do cinema. Um dos exemplos mais emblemáticos é Titanic (1997), que arrecadou cerca de US$ 2,26 bilhões, dominando as bilheteiras por anos até ser superado por Avatar (2009), da Disney. Esse feito consolidou a Paramount como uma das maiores potências cinematográficas do mundo.
Nos últimos anos, o estúdio tem mantido sua relevância com grandes lançamentos. O destaque recente foi Jurassic World: Maverick (2022), que faturou US$ 1,5 bilhão, se tornando um dos maiores sucessos da década para a Paramount.
Titanic: filme foi destaque de bilheteria por uma década (Titanic/Reprodução)
A saga Transformers também continua a gerar bilhões, com Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011) e Transformers 4 - A Era da Extinção (2014), ambos superando a marca de US$ 1 bilhão em bilheteiras.
Além das franquias de ação, a Paramount mostrou sua versatilidade em 2023, com sucessos como Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (US$ 208 milhões), Pânico 6 (US$ 168 milhões) e Tartarugas Ninja – Caos Mutante (US$ 152 milhões), refletindo sua capacidade de inovar e atrair públicos globais.
O icônico logotipo da Paramount, com sua montanha cercada por estrelas, foi inspirado no pico Ben Lomond, em Utah.
Criado por William Wadsworth Hodkinson, um dos fundadores da companhia, esse símbolo se tornou sinônimo de excelência no cinema mundial. Mais do que um simples logotipo, ele representa uma identidade visual reconhecida em todo o mundo, simbolizando a qualidade e o prestígio de uma das maiores potências da indústria cinematográfica.
Em 1925, a Paramount adotou oficialmente seu nome e, no ano seguinte, expandiu sua rede de cinemas para mais de 1.200 salas, consolidando-se como uma das gigantes da indústria.