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Fan First: conheça a plataforma que permitirá doações diretas de 'superfãs' a músicos

Nova plataforma digital da Shake Music, Fan First tem o objetivo de integrar artistas independentes ao seu público e aposta em 'superfãs' como motor econômico

Fan First: plataforma promete maior interação entre músicos e fãs, além de sistema de doações diretas (Fan First/Divulgação)

Fan First: plataforma promete maior interação entre músicos e fãs, além de sistema de doações diretas (Fan First/Divulgação)

Paloma Lazzaro
Paloma Lazzaro

Estagiária de jornalismo

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 14h27.

Artistas independentes enfrentam uma infinidade de desafios. Desde a dificuldade em conseguir um contrato com gravadora até os poucos recursos de comunicação com o público, um músico sobreviver às pressões da indústria demanda planejamento e sorte.

A Shake Music é uma plataforma para artistas independentes com a missão assessorá-los no desenvolvimento de suas carreiras no digital.

Como parte desse projeto, a empresa aposta no Fan First, a primeira plataforma direct-to-fan brasileira. Ou seja, integra fãs e músicos sem o intermédio das redes sociais.

Dados do Spotify indicam que superfãs representam apenas 2% da audiência de um artista, mas gastam o dobro dos ouvintes casuais. A missão da Fan First é utilizar esse público como motor econômico.

Entre as diversas funcionalidades previstas para a plataforma, no 'Fan Boost' artistas poderão receber doações diretas de fãs.

Indústria musical em ascensão, mas não para todos

A ferramenta chega ao mercado nacional em um momento de crescimento da indústria musical global, que movimentou US$ 29,6 bilhões em 2024, segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).

Essa receita corresponde a um crescimento de 4,8% do setor, com o streaming respondendo por 69% desse valor. No Brasil, o avanço foi ainda mais acelerado: 21,7%, o maior entre os dez principais mercados do mundo, segundo o relatório da IFPI. 

O crescimento, no entanto, não contempla a todos da mesma forma.

De acordo com relatório Worldwide Independent Network (WIN), artistas independentes enfrentam dificuldades para alcançar seus próprios seguidores. No Brasil, esses artistas são responsáveis por 80% dos lançamentos. A situação se agrava pela saturação de conteúdo e dependência de algoritmos.

Bruno Martins, fundador e CEO da Shake Music e do Fan First, conta que a missão da nova plataforma é ser uma solução "robusta" para os desafios atuais. A ideia da empresa é devolver aos artistas o controle sobre seus dados, conexões e audiência.

"Estamos montando um marketplace premium com uma comunidade de fãs dentro. Ao explorar a relação direct-to-fan, o artista pode fazer venda direta de experiências, receber suporte financeiro e, em breve, comercializar músicas exclusivas", afirma Martins.

Como funciona a Fan First?

Segundo a empresa, a Fan First permitirá a artistas publicar conteúdos exclusivos para seus seguidores, venda direta de experiências como shows VIP e meet and greet, receber apoio financeiro direto dos fãs, criar missões e metas coletivas e ter acesso direto à sua base de fãs.

A plataforma opera atualmente em soft launch, com acesso restrito aos artistas vinculados à Shake Music.

O lançamento está previsto para o primeiro trimestre de 2026, quando qualquer músico poderá se cadastrar, independentemente de vínculo com a empresa.

A Fan First promete também lançamento de funcionalidade para comercialização de faixas exclusivas, criando camada adicional de monetização para artistas que queiram oferecer conteúdo premium.

Fan Boost

Uma das funcionalidades que pode gerar maior interesse de artistas é o Fan Boost.

Ele funcionará como sistema de doações em que apoiadores enviam mensagens à timeline do artista, acompanhadas de contribuição financeira de valor livre. Essa forma de arrecadação financeira já é comum entre influencers e criadores de conteúdo digital.

"A plataforma fica com 20% das transações, o que se assemelha a outras como Only Fans, porém bem abaixo dos percentuais cobrados de outros como YouTube (no SuperChat) e Twitch (Amazon)", disse o porta-voz da empresa à EXAME.

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