Agência de notícias
Publicado em 29 de junho de 2025 às 18h10.
A dupla de freiras que viralizou em meados de maio com um vídeo no qual dançam e fazem beatbox durante um programa de televisão chegou ao jornal americano The New York Times. Neste domingo, o veículo publicou uma matéria sobre a história das irmãs Marizele e Marisa.
O vídeo que viralizou mostrava a dupla em uma entrevista na TV Pai Eterno. Enquanto a primeira assumiu o microfone e surpreendeu com um beatbox, a segunda puxou passos de street dance, acompanhada, em seguida, pelo padre.
"Por que algo tão simples e espontâneo assumiu uma escala tão grande? Porque o Espírito Santo quer tocar o coração das pessoas. Mas além do Espírito Santo há também o algoritmo", disse Marizele ao jornal americano.
"No Brasil, a maior nação católica do mundo, a Igreja tem sofrido uma hemorragia de devotos há anos", escreveu o New York Times ao relacionar a iniciativa musical das freiras com esforços para reverter esse quadro. A popularidade de padres como Marcelo Rossi e a existência de DJs católicos também são lembradas pelo jornal.
As duas freiras contaram terem se conhecido em 2007, com ambas tendo crescido em lares musicais. Marisa, que entrou no convento aos 23 anos, relata ter seguido fazendo aulas de dança, como hip-hop e break-dancing. Já Marizele conta ser neta de um luthier e sobrinha de uma cantora de rádio. Ela relata ter aprendido a fazer beatbox por conta própria, creando ritmos para outras freiras dançarem.
"Comecei a fazer ritmos com a boca. Eu nem sabia que isso se chamava beatboxing", disse ao jornal.
O estilo musical se tornou uma forma das freiras se conectarem com jovens mulheres que se encontravam nos centros de reabilitação da Congregação das Irmãs da Copiosa Redenção. "O carisma (das freiras) levou a congregação a selecionar as Irmãs Marizele e Marisa para recrutar novas freiras num momento em que muito menos mulheres escolhem a vida no convento", diz o New York Times.
Segundo as freiras, desde que viralizaram no programa de televisão, elas são paradas nas ruas por fãs. "Pedimos uma Ave Maria por foto", contam.