Gustav Klimt: Retrato de artista lidera leilão histórico e alcança US$ 236 milhões (Foto: Roland Schlager / AFP/-)
Redatora
Publicado em 20 de novembro de 2025 às 12h38.
A Sotheby’s inaugurou sua nova sede em Nova York com um leilão que movimentou o mercado de arte global. O destaque foi a venda de “Retrato de Elisabeth Lederer”, de Gustav Klimt, por US$ 236,4 milhões (algo em torno de R$ 1,2 bilhão), valor que tornou a pintura a obra moderna mais cara já negociada em leilão. A disputa durou 20 minutos e superou o recorde anterior de Andy Warhol, estabelecido em 2022.
O retrato, preservado da destruição da Segunda Guerra Mundial, integrou por décadas a coleção de Leonard A. Lauder, herdeiro da Estée Lauder, que morreu em junho deste ano. O lote foi descrito pelo leiloeiro Oliver Barker como uma das últimas oportunidades de adquirir um retrato dessa relevância do artista.
Segundo a CNN, a coleção Lauder impulsionou as vendas nesta semana. As peças já renderam US$ 527,5 milhões, acima da estimativa inicial de US$ 400 milhões. Obras de outros artistas também registraram resultados acima do esperado, como uma pintura de Edvard Munch, vendida por US$ 35,1 milhões, e uma paisagem de Klimt, arrematada por US$ 86 milhões. Uma escultura de Alexander Calder abriu o evento com quase o triplo da estimativa máxima.
Somados os leilões de arte moderna e contemporânea, a Sotheby’s encerrou a noite com US$ 706 milhões, seu maior valor em um único evento.
O leilão foi liderado por uma obra de Jean-Michel Basquiat, vendida por US$ 48,3 milhões, e marcou um recorde para a artista britânica Cecily Brown, com US$ 9,8 milhões. Dois lotes de Kerry James Marshall e Barkley L. Hendricks, porém, não foram vendidos, destoando do ritmo na ocasião.
Outra atração foi o vaso sanitário de ouro 18 quilates de Maurizio Cattelan, intitulado “America”, que recebeu apenas um lance — de uma “marca americana famosa”, segundo a Sotheby’s — e foi vendido por US$ 12,1 milhões (algo em torno de R$ 64 milhões) com taxas. O preço de abertura considerou o valor do ouro, estimado em US$ 9,9 milhões.
A semana marca a primeira grande temporada na nova sede da Sotheby’s, instalada no antigo prédio do Whitney Museum of American Art. A casa estima ultrapassar US$ 1 bilhão em vendas ao final dos leilões.
O cenário geral ocorre em meio a um mercado de arte que vinha registrando desaceleração global nos últimos dois anos. Apesar disso, resultados recentes indicam sinais de recuperação, como a venda de US$ 690 milhões da Christie’s em seu leilão de arte do século XX.
Nos próximos dias, a Sotheby’s ainda oferecerá uma obra de Frida Kahlo, “El sueño (La cama)”, que pode superar o recorde para obras de artistas mulheres, atualmente pertencente a Georgia O’Keeffe.