Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, filme brasileiro retrata vida de Eunice e Rubens Paiva. (Ainda Estou Aqui/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 3 de março de 2025 às 09h55.
Após a vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar 2025, o escritor e roteirista Marcelo Rubens Paiva usou as redes sociais para homenagear seus pais, Rubens Paiva e Eunice Paiva. Na manhã desta segunda-feira, 3, o escritor compartilhou uma foto, recebendo mensagens de parabenização nos comentários.
— Marcelo Rubens Paiva (@marcelorubens) March 3, 2025
O Brasil celebrou a conquista do Oscar de Melhor Filme Internacional com o longa dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres. Na 97ª cerimônia do Academy Awards, realizada neste domingo (2), durante o Carnaval, o filme superou produções como Emilia Pérez (França), Flow (Letônia), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e A Garota da Agulha (Dinamarca).
Desde “Central do Brasil”, também de Walter Salles, o Brasil não era indicado ao Oscar de Melhor Atriz. Naquele ano (1999), Fernanda Montenegro estava na disputa, mas perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow, por "Shakespeare Apaixonado" (1998). É um tanto quanto significativo, então, que sua filha, Fernanda Torres, traga junto ao elenco o primeiro prêmio do Brasil para casa.
O filme, cujo símbolo é o rosto de Torres e a história de Eunice Paiva, balançou a indústria de cinema no Brasil como não acontecia em muitos anos. Levou sozinho mais de 5,5 milhões de pessoas aos cinemas, arrecadou mais de R$ 120 milhões, a quinta maior bilheteria de um filme nacional na história do país. E fez com que o brasileiro não só entrasse em "clima de Copa do Mundo", como também assistisse a outras produções nacionais.
Em 2024, no Brasil, o cinema arrecadou R$ 2,5 bilhões em bilheteria, faturamento gerado por quase 122 milhões de pessoas — 11 milhões delas, por exemplo, pagaram ingresso para assistir a filmes internacionais, número quase quatro vezes maior do que o registrado em 2023.
Fernanda relatou em diversas entrevistas que não esperava levar o prêmio. À EXAME, na época em que "Ainda Estou Aqui" foi lançado no Brasil, ela mal acreditava que seria indicada: "É um ano difícil para o prêmio de Melhor Atriz, porque tem muitas performances extraordinárias. Acho que o filme tem mais chances do que eu", comentou em entrevista exclusiva.
A corrida ao maior prêmio do cinema começou em setembro, quando "Ainda Estou Aqui" foi exibido no Festival de Veneza e aplaudido por 14 minutos. Na ocasião, recebeu o prêmio de Melhor Roteiro e, desde então, estreou em mais de 50 festivais internacionais de cinema do mundo. Fernanda Torres, Walter Salles e Selton Mello participaram das estreias de diversos países europeus e cidades norte-americanas, festas e uma longa temporada em Los Angeles para divulgação do filme.
"A questão do Oscar é fazer o filme ser visto e votado. E o nosso filme é pequeno se comparado com os outros, além de ser falado em português", comentou Fernanda à EXAME na época em que "Ainda Estou Aqui" estreou nos cinemas brasileiros. Mas deu certo: o Brasil levou para casa um Oscar pela primeira vez — e isso abre muita margem para que a indústria cinematográfica cresca exponencialmente nos próximos anos.
"Ainda Estou Aqui" é uma coprodução entre Brasil e França, o primeiro original da Globoplay, com produção da VideoFilmes, RTFeatures e MactProdutions em parceria com a ARTE France e Conspiração. A distribuição será feita também pela Sony Pictures. O filme segue em cartaz nos cinemas e será anunciado, em breve, no streaming da Globoplay.
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