Walter Salles, diretor de 'Ainda Estou Aqui': “Depois de uma perda tão grande em um regime tão autoritário, ela decidiu resistir” (Gavin Bond / Colaborador/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 3 de março de 2025 às 08h56.
Última atualização em 3 de março de 2025 às 08h56.
Pela primeira vez, em 97 anos de premiação do Oscar, o Brasil levou para casa a estatueta de Melhor Filme Internacional com 'Ainda Estou Aqui', dirigido por Walter Salles.
A produção superou concorrentes como Emilia Pérez (França) e A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha). Veja a lista completa de filmes e artistas vencedores aqui.
Desde Central do Brasil (1999), do próprio Walter Salles, o país não era indicado na categoria internacional. Naquele ano, Fernanda Montenegro disputou Melhor Atriz, mas saiu sem o prêmio. Agora, sua filha, Fernanda Torres, protagoniza a obra que trouxe o primeiro Oscar para o Brasil.
O longa levou mais de 5,5 milhões de pessoas ao cinema e arrecadou cerca de 120 milhões de reais, tornando-se a quinta maior bilheteria de um filme nacional.
A conquista também impulsionou o público para outras produções brasileiras. Em 2024, os cinemas no país arrecadaram 2,5 bilhões de reais, com um público de 122 milhões de pessoas, quase quatro vezes maior do que em 2023.
Ao receber a estatueta, Walter Salles dedicou o prêmio a Eunice Paiva, advogada e ativista que enfrentou a ditadura militar após o desaparecimento do marido. “Depois de uma perda tão grande em um regime tão autoritário, ela decidiu resistir”, disse o diretor.
Salles também exaltou Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que deram vida à personagem. Além disso, agradeceu Tom Bernard e Michael Barker, da Sony Pictures Classics, produtora internacional do filme.
Veja o vídeo do momento em que Ainda Estou Aqui vence o Oscar de Melhor Filme Internacional:
EU QUERO MORAR NO DISCURSO DO WALTER SALLES COM A VITÓRIA DE AINDA ESTOU AQUI NO OSCAR 😭❤️
— paiva (@paiva) March 3, 2025