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Paul McCartney critica lei sobre uso de IA na arte: 'Pode acabar com a criatividade'

O ex-Beatle se opõe à flexibilização dos direitos autorais, argumentando que a nova política britânica pode prejudicar artistas e promover o uso inadequado de obras criativas

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 25 de janeiro de 2025 às 16h09.

O lendário músico e ex-Beatle Paul McCartney, de 82 anos, levantou preocupações sobre mudanças nas leis de direitos autorais do Reino Unido que poderiam, segundo ele, prejudicar os artistas e minar a criatividade.

Em entrevista à BBC, prevista para ser exibida no domingo (26), McCartney alertou que a proposta do governo britânico, que permite o uso de obras criativas para o treinamento de modelos de inteligência artificial (IA) sem autorização prévia dos criadores, representa uma séria ameaça à indústria criativa.

“Você tem jovens compondo músicas lindas, mas eles não possuem os direitos sobre suas criações, e qualquer um pode simplesmente se apropriar delas,” disse McCartney. “O dinheiro está indo para algum lugar... Alguém está sendo pago, então por que não pode ser para quem escreveu a música?”

O governo do Partido Trabalhista britânico lançou, em dezembro de 2024, uma consulta pública para avaliar como a legislação de direitos autorais pode equilibrar a remuneração dos criadores e o acesso das empresas de IA a conteúdos de alta qualidade.

A proposta visa posicionar o Reino Unido como um líder global no setor de inteligência artificial, mas enfrenta resistência de artistas que temem que a criatividade humana seja desvalorizada.

“Somos o povo, vocês são o governo. O papel de vocês é nos proteger,” argumentou McCartney. Ele ressaltou que, ao priorizar interesses comerciais, o governo pode negligenciar os criadores. “Se vão aprovar uma lei, certifiquem-se de proteger os pensadores criativos ou eles simplesmente deixarão de existir.”

IA no centro do debate global

A controvérsia sobre o impacto da IA na criatividade não é recente.

Em abril de 2024, nomes como Billie Eilish, Pearl Jam e Nicki Minaj assinaram uma carta aberta denunciando práticas irresponsáveis envolvendo inteligência artificial.

No documento, os artistas descreveram tais práticas como “um ataque à criatividade humana” e pediram maior regulamentação do setor.

Apesar das críticas, McCartney reconhece o potencial da IA. Em 2023, o último single dos Beatles, “Now and Then”, utilizou uma tecnologia chamada stem separation para restaurar uma antiga gravação de John Lennon, demonstrando que a IA pode ser uma ferramenta poderosa quando usada de forma ética.

O debate em torno do uso da inteligência artificial e seus limites segue ganhando força, destacando a necessidade de equilíbrio entre inovação e proteção aos criadores. Para McCartney, “sem apoio à criatividade, arriscamos perder aquilo que nos faz humanos.”

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