Walt Disney World: parque temático da companhia de mídia em Orlando, na Flórida (EUA) (Gary Hershorn/Getty Images)
Repórter
Publicado em 17 de julho de 2025 às 16h36.
Última atualização em 17 de julho de 2025 às 16h41.
Uma viagem à Disney é um sonho de muitos brasileiros (crianças e adultos), alimentado não apenas pelo desejo da adrenalina dos parques de diversão, mas principalmente pela emoção de pisar na terra do Mickey Mouse e "fazer parte" de um universo de fantasias.
Por outro lado, já houve rumores de que a Walt Disney Company estaria planejando abrir um parque temático no Brasil, semelhante às instalações de Orlando e com um estilo coerente com a cultura local, como ocorre nos parques da Disney em Paris, Xangai e Tóquio. Além do recente anunciado parque temático da companhia em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
A Disney negou qualquer intenção de inaugurar um parque no Brasil. Os rumores surgiram em 2024, logo após a empresa realizar o evento D23 no país. Apesar do ânimo do público nas redes sociais, a companhia ressaltou que não tem planos de expansão dos parques para o país.
“A Disney sempre está interessada em expandir seus negócios e, por conta disso, conversa com diferentes parceiros e entidades sobre possibilidades. De qualquer forma, em relação a abertura de um parque na América Latina, não existe nenhuma intenção e nenhum movimento neste momento”, disse a Disney ao jornal “Valor Econômico”.
No entanto, existem diversos fatores econômicos, estratégicos e burocráticos que dificultariam os investimentos da empresa em um parque temático no Brasil. Veja a seguir os principais motivos:
Na década de 1950 e 1960, quando a ideia de um parque da Disney no Brasil foi considerada, Walt Disney chegou a discutir o projeto com o presidente Juscelino Kubitschek. Na época, Disney solicitou a criação de um sistema tributário exclusivo para o parque, livre da fiscalização do governo brasileiro e das leis locais. No entanto, o governo brasileiro recusou as condições propostas, o que impossibilitou a realização do projeto.
A construção e operação de um parque de grande porte como os da Disney exigem investimentos de bilhões de dólares. Além disso, o custo de manutenção e as incertezas sobre o retorno financeiro, dadas as condições econômicas do Brasil, tornam um projeto dessa magnitude difícil de ser viabilizado no país.
A Disney tem afirmado, em diversas ocasiões, que não possui planos para abrir parques na América Latina atualmente. Embora reconheça a importância do Brasil como mercado, a empresa mantém suas operações focadas em outras iniciativas locais, como eventos, cruzeiros e licenciamento de produtos.
A Walt Disney anunciou em maio que seus resultados financeiros do último trimestre superaram as previsões de Wall Street, impulsionados pelos maiores gastos dos visitantes em seus parques temáticos nos Estados Unidos. Além disso, a companhia reportou um crescimento inesperado no número de assinantes do Disney+, seu serviço de streaming.
O anúncio do balanço ocorreu pouco antes de a empresa divulgar planos para a construção de um novo parque temático em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a capital do país.
O foco da Disney é aumentar a rentabilidade com o streaming, ao mesmo tempo em que expande seus renomados parques temáticos e a linha de cruzeiros, enfrentando um cenário econômico desafiador nos Estados Unidos. "Estamos confiantes sobre o rumo da empresa e sobre as perspectivas para o restante do ano fiscal", declarou Bob Iger, presidente-executivo da Disney, por meio de comunicado oficial.
Entre janeiro e março, a Disney registrou lucro ajustado por ação de US$ 1,45, superando a estimativa de US$ 1,20 dos analistas consultados pela LSEG.
A receita totalizou US$ 23,6 bilhões, um crescimento de 7% em comparação com o ano anterior, superando a previsão de US$ 23,14 bilhões. O lucro operacional foi de US$ 4,4 bilhões. Para o ano fiscal de 2025, a Disney projetou um lucro ajustado por ação de US$ 5,75, o que representa um aumento de 16% em relação ao ano fiscal anterior.
A empresa manteve sua previsão de crescimento de 6% a 8% na receita operacional da divisão de experiências, que inclui os parques, ao longo do ano fiscal. Já na unidade de entretenimento, a expectativa é de crescimento de dois dígitos na receita operacional.
Além disso, a Disney observou um aumento nas reservas para seus cruzeiros com o lançamento do novo navio, o Disney Treasure.