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Preta Gil não era nome real da cantora; entenda o significa do apelido

Artista carioca morreu neste domingo, aos 50 anos, em decorrência de um câncer

Preta Gil: cantora carioca morreu neste domingo, aos 50 anos, em decorrência de um câncer (Redes Sociais/ Reprodução)

Preta Gil: cantora carioca morreu neste domingo, aos 50 anos, em decorrência de um câncer (Redes Sociais/ Reprodução)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 20 de julho de 2025 às 20h43.

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Preta Gil, a cantora e empresária, morreu neste domingo, 20, aos 50 anos, em decorrência de complicações de um câncer no intestino.

Desde janeiro de 2023, ela lutava contra a doença, sendo submetida a um tratamento experimental nos Estados Unidos, após passar por um ciclo inicial de quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia para a remoção de tumores, em agosto de 2024.

No entanto, o câncer retornou em outras partes do corpo, forçando a continuidade das intervenções médicas. Preta estava em Nova York e viajava para Washington para receber o tratamento especializado.

A artista carioca é filha do renomado cantor tropicalista Gilberto Gil e Sandra Gadelha. Ela também tem dois irmãos biológicos, Pedro e Maria, e cinco meio-irmãos: Nara e Marília (filhas de Gil com Belina de Aguiar), e Bem, José, e Bela Gil (filhos da relação do cantor com Flora).

Qual é o verdadeiro nome de Preta Gil?

O nome verdadeiro de Preta Gil é Preta Maria Gadelha Gil Moreira. Em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, ela contou que, quando seus pais tentaram registrá-la, encontraram resistência no cartório. O escrivão se recusou a registrar "Preta" como nome próprio, alegando que "Preta não era nome de gente".

No entanto, Gilberto Gil não aceitou essa negativa, argumentando que nomes como Bianca, Branca e Clara eram igualmente considerados comuns, mas com significados diferentes. Após o protesto, o tabelião permitiu que o nome "Preta" fosse registrado, mas fez uma exigência: o nome deveria ser acompanhado de um nome católico. Foi assim que a cantora passou a se chamar "Preta Maria Gadelha Gil Moreira". A ideia de incluir "Maria" surgiu de sua avó materna, como uma alternativa caso a criança não gostasse de seu nome e quisesse usá-lo de forma mais tradicional.

Em sua infância, Preta Gil chegou a cogitar mudar seu nome pelo bullying sofrido na escola, mas com o tempo passou a aceitar e até a valorizar sua identidade, reconhecendo a importância e o significado por trás do nome que carrega.

Por isso, embora "Preta Gil" seja o nome artístico que a consagrou, seu nome de registro é, de fato, "Preta Maria Gadelha Gil Moreira", resultado de um processo de resistência e afirmação de sua família.

Trajetória na música brasileira

Ao longo de sua vida, ela construiu uma carreira sólida na música, deixando sua formação como produtora e publicitária para seguir seu verdadeiro sonho. Aos 29 anos, ela lançou seu primeiro álbum, Prêt-à Porter, que trazia o sucesso “Sinais de Fogo”, escrito por Ana Carolina especialmente para ela.

Em 2005, ela lançou seu segundo álbum, "Preta", com as músicas "Muito Perigoso" e "Eu e você, você e eu". O terceiro álbum, Noite Preta, chegou em 2010 e marcou o início de sua turnê pelo Brasil, que durou sete anos. Depois disso, Preta Gil criou o aclamado show Baile da Preta, um espetáculo eclético que mesclava desde MPB até forró e funk, refletindo sua diversidade musical.

Em 2012, lançou "Sou como Sou", e para celebrar seus dez anos de carreira, Preta gravou o DVD Bloco da Preta, que reuniu grandes nomes da música brasileira e trouxe um mix de ritmos como funk, axé e samba. Preta também fundou um dos maiores blocos de carnaval do Rio de Janeiro, o Bloco da Preta, que em 2017 arrastou mais de 500 mil pessoas pelas ruas do Centro do Rio.

Em 2017, a cantora lançou Todas as Cores, seu sexto álbum, com participações de Pabllo Vittar, Marília Mendonça, Gal Costa, e a música "Botando a fila para andar", composição de Ana Carolina. Em 2021, Preta gravou "Meu Xodó" com seu filho, Fran, e comentou que a colaboração foi essencial para sua recuperação emocional e artística.

Além de sua carreira musical, Preta Gil atuou em novelas e séries, como "As Cariocas", "Ó Paí, Ó" e "Vai que Cola". Também foi empresária, sendo sócia da agência Mynd, que gerenciava artistas como Luísa Sonza, Pabllo Vittar e Camilla de Lucas, entre outros.

Preta Gil deixa um legado de diversidade musical, empoderamento e luta, e será lembrada por sua trajetória tanto no palco quanto fora dele.

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