Princesa Isabel: princesa era filha de Dom Pedro II (Wikimedia Commons)
Redação Exame
Publicado em 13 de maio de 2025 às 10h31.
Em 13 de maio de 1888, o Brasil vivenciou um dos momentos mais importantes de sua história: a assinatura da Lei Áurea, que extinguiu oficialmente a escravidão no país.
A princesa Isabel, filha do imperador Dom Pedro II e herdeira do trono brasileiro, foi a figura central dessa conquista histórica.
Nascida em 29 de julho de 1846, ela se destacou por sua atuação na política e, especialmente, por seu papel no movimento abolicionista. Durante as viagens de seu pai à Europa, Isabel assumiu a regência do Brasil em três ocasiões, com participação nas questões sociais e políticas do país.
No contexto da abolição, a princesa não apenas assinou a Lei Áurea, mas também se envolveu com a causa, financiando alforrias e ajudando a proteger algumas comunidades de ex-escravizados. Em 13 de maio de 1888, ela sancionou a Lei Áurea, que libertou cerca de 700 mil escravizados sem compensação aos proprietários de escravos. Com apenas dois artigos, a lei declarava extinta a escravidão no Brasil e revogava todas as disposições contrárias.
A decisão de Isabel foi o ponto culminante de um longo processo de mobilização, com forte apoio do movimento abolicionista e pressões sociais internas e externas. Ela já havia demonstrado seu interesse na causa abolicionista ao sancionar, em 1871, a Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir daquela data.
Apesar da oposição de fazendeiros e elites, que viam a escravidão como parte do seu poder econômico e político, a ação de Isabel foi decisiva para a abolição. A Lei Áurea foi uma medida audaciosa que, no entanto, enfraqueceu ainda mais a monarquia, contribuindo para a proclamação da República em 1889.
Em um país onde a escravidão perdurava por mais de três séculos, o fim dessa prática se deu de forma abrupta e sem assistências para os libertos, fato que gerou discussões sobre as consequências para a sociedade brasileira. Contudo, a assinatura da Lei Áurea permanece como um dos maiores marcos da história do Brasil, sendo Isabel reconhecida como "A Redentora", uma monarca que, ao lado de outros movimentos, selou o destino da escravidão no país.