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South Park: criadores fecham acordo com Paramount e entram para o clube de bilionários

Os criadores da série South Park, Trey Parker e Matt Stone, assinaram um contrato de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8 bilhões) com a Paramount

South Park: criadores entraram no seleto grupo de bilionários criativos de Hollywood (South Park/Reprodução)

South Park: criadores entraram no seleto grupo de bilionários criativos de Hollywood (South Park/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 9 de agosto de 2025 às 12h10.

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Em mais um capítulo digno do humor ácido que os consagrou, os criadores da série South Park, Trey Parker e Matt Stone, assinaram um contrato de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8 bilhões) com a Paramount. O acordo, válido até 2030, garante à dupla US$ 250 milhões por ano para produzir 10 novos episódios anuais da série e manter os direitos de streaming globais no Paramount+.

Segundo a Forbes, o contrato consolida a posição da dupla como os showrunners mais bem pagos da TV e os coloca no seleto grupo de bilionários criativos de Hollywood, ao lado de nomes como Oprah Winfrey, Tyler Perry e Jerry Seinfeld — todos com patrimônio estimado em US$ 1,2 bilhão.

Toda a receita dos criadores passa pela Park County, produtora fundada por eles em 2012 e que permanece 100% sob seu controle. Avaliada pela Forbes em até US$ 3 bilhões, a empresa concentra todos os projetos da dupla para TV, cinema e teatro — incluindo o musical The Book of Mormon.

Fenômeno cultural

Criada em 1997, South Park já soma mais de 300 episódios e se consolidou como um fenômeno cultural e um dos principais ativos da Paramount. Um dos movimentos mais estratégicos de Parker e Stone ocorreu em 2007, quando garantiram 50% das receitas digitais da série “em perpetuidade”, antecipando-se à ascensão do streaming.

O caminho até o contrato atual foi pavimentado por decisões financeiras ousadas. Ainda de acordo com a Forbes, em 2012, Parker e Stone usaram receitas futuras de South Park como garantia para levantar US$ 60 milhões junto ao The Raine Group, quitando a dívida em 2016 e mantendo total controle da Park County. Em 2023, obtiveram uma linha de crédito de US$ 800 milhões com o The Carlyle Group, ampliando o poder de investimento sem abrir mão da independência.

Em 2019, chegaram a negociar a venda da produtora para a Viacom, então controladora da Comedy Central, por US$ 1 bilhão, mas o processo foi interrompido pela fusão com a CBS. Em 2021, as conversas foram retomadas e resultaram em um contrato de US$ 935 milhões por seis anos.

Já a rodada mais recente, conduzida sob o comando de David Ellison, foi a mais complexa — e culminou no acordo bilionário que garante exclusividade da série no Paramount+ até o fim da década.

Paramount, Donald Trump e o late night americano

Apesar do novo acordo, South Park aumentou o característico humor ácido na estreia da nova temporada. Exibido poucos dias depois da assinatura, a série satirizou Donald Trump e a própria Paramount, sinalizando que nem cifras bilionárias limitam a liberdade criativa da dupla.

No episódio, Trump — cujo boneco aparece com o rosto do presidente, e não como uma caracterização dele em desenho — fala sobre o tarifaço com o ministro do Canadá, confunde "Irã" com "Iraque" e deita na cama com o diabo. Essa é apenas uma cena de várias, que acumulam milhões de visualizações nas redes sociais.

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O tom crítico a Paramount acontece semanas após a empresa concordar em pagar US$ 16 milhões a Trump, após o ex-presidente processar a CBS.

O processo surgiu devido à edição de uma resposta de Kamala Harris, que inicialmente foi enviada com um pedido de US$ 10 bilhões, mas depois foi aumentado para US$ 20 bilhões, após a vitória do republicano nas eleições de 2024.

O apresentador americano Stephen Colbert descreveu o acordo como um "suborno gordo e grande" durante um monólogo no programa que ele comanda na CBS, o The Late Show.

Ele sugeriu que a Paramount teria feito o pagamento a Trump para garantir o favor dele junto à FCC (Comissão Federal de Comunicações), de modo que a fusão da Paramount com a Skydance fosse aprovada.

Dois dias depois, foi anunciado que o Late Show seria encerrado em maio de 2026 e que Colbert, portanto, não faria mais parte da CBS. O programa no formato late night existe desde 1993 e troca periodicamente de apresentadores.

Ao invés de começar um novo show, a CBS decidiu que vai acabar com o Late Show para sempre. Vale ressaltar que os programas late night como um todo têm sofrido uma queda na audiência com a ascensão das redes sociais e serviços de streaming.

Apesar disso, a decisão foi vista como um movimento ousado pela CBS por se tratar do primeiro canal a desistir completamente do late night, estilo muito tradicional na TV americana.

A estreia da 27ª temporada de South Park aconteceu logo após a demissão de Colbert. Alcançou 5,9 milhões de espectadores, um aumento de 760% em relação à estreia da temporada anterior. O programa de late night também teve um aumento significativo na audiência após o anúncio do fim do programa — uma média de 3 milhões toda noite, a maior em dois anos e não tem hesitado na hora de criticar o presidente americano.

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