Revista Exame

Livraria no centro de Porto Alegre aposta em eventos e parceria com editoras para superar crise

A Livraria Taverna renasceu com a ajuda de leitores, colegas e editoras

André Günther, da Taverna: “Foi quase um milagre ver a livraria reconstruída do jeito que aconteceu” (Leandro Fonseca/Exame)

André Günther, da Taverna: “Foi quase um milagre ver a livraria reconstruída do jeito que aconteceu” (Leandro Fonseca/Exame)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 24 de abril de 2025 às 06h00.

Especialista em guardar histórias, as que estão nas páginas dos livros e as que se constroem entre leitores e livreiros no centro histórico de Porto Alegre, a Livraria Taverna sofreu um abalo no último ano.

Criada em 2014 pelos então colegas de universidade André Günther e Ederson Lopes, a Taverna nasceu como livraria itinerante. Ganhou a primeira sede em 2016 e se estabeleceu de vez em 2020, ao ocupar um espaço na Casa de Cultura Mário Quintana, um ponto icônico do centro da cidade. O novo endereço deu à livraria uma nova dimensão. Mas também a expôs ao Guaíba. Quando a água chegou, subiu até a altura da cintura. Móveis planejados, feitos em MDF, foram descartados. Parte das estantes cedeu. A umidade estragou centenas de livros. O acervo de mais de 15.000 títulos teve de ser transferido para um prédio vizinho. “O prejuízo total ficou em torno de 200.000 reais”, diz Günther.

A reconstrução foi feita aos poucos, com recursos da dupla, doações via Pix e apoio de editoras e livrarias de outras regiões do Brasil. Com a retomada de eventos e convites de autores e editoras, está voltando a se estabilizar. Ainda assim, o estado é de alerta. “Somos um negócio frágil por natureza. A área da cultura sempre sente primeiro o impacto de qualquer crise”, afirma Günther. “Estamos bem, mas atentos.”

Negócios em Luta

A série de reportagens Negócios em Luta é uma iniciativa da EXAME para dar visibilidade ao empreendedorismo do Rio Grande do Sul num dos momentos mais desafiadores na história do estado. Cerca de 700 mil micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolam o estado desde o fim de abril do ano passado.

São negócios de todos os setores que, de um dia para o outro, viram a água das chuvas inundar projetos de uma vida inteira. As cheias atingiram 80% da atividade econômica do estado, de acordo com estimativa da Fiergs, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

Neste especial, veja histórias de empresas que foram impactadas pela enchente histórica e, mais do que isso, de que forma elAs são uma força vital na reconstrução do Rio Grande do Sul daqui para frente.

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