Revista Exame

'O Agente Secreto' é o 'melhor trabalho' de Wagner Moura no cinema; diz Kleber Mendonça Filho

Brasil é o homenageado do ano no Festival de Cinema de Cannes, e concorre à Palma de Ouro

O ator Wagner Moura com o diretor Kleber Mendonça: papel de especialista em tecnologia no longa O Agente Secreto (Cinemascopio/Divulgação)

O ator Wagner Moura com o diretor Kleber Mendonça: papel de especialista em tecnologia no longa O Agente Secreto (Cinemascopio/Divulgação)

Publicado em 22 de maio de 2025 às 06h00.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 07h00.

A Palma de Ouro de Cannes é uma peça de ouro amarelo de 18 quilates, com cerca de 120 gramas, em forma de palma com um pequeno coração na base. É a estrela máxima do principal festival de cinema do mundo, realizado no sul da França, que neste ano teve na disputa o longa O Agente Secreto, com direção de Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura.

Não só isso. Desta vez o país homenageado no evento é o Brasil, o que levou a um aumento da delegação nacional em 60% para esta edição.

Para Mendonça, o filme tem muito da alma do protagonista. “Eu acredito que o Wagner tem nesse longa a melhor atua­ção de sua carreira no cinema, e olha que ele já fez belos e bons filmes”, disse em entrevista à Casual EXAME. Foram ao todo mais de quatro anos desde a concepção do roteiro. As gravações duraram dez semanas. Além de Moura, fazem parte do elenco Alice Carvalho, Gabriel Leone e Maria Fernanda Cândido.

“O Brasil é um país de muitos mistérios e intrigas, e isso se relaciona bastante com o nome que escolhi, O Agente Secreto”, continua Mendonça.  “A história se passa em 1977, no Recife, e Wagner volta para a cidade onde tenta encontrar um pouco de paz de espírito após eventos complexos do passado dele. Aos poucos, ele percebe que o Recife talvez não seja o melhor lugar para estar. Só posso ir até aqui sem dar spoilers importantes.” Esse foi o terceiro filme de Kleber Mendonça Filho a competir pela Palma de Ouro.

Para além de O Agente Secreto, o Brasil chega a Cannes neste ano com uma robusta coleção de estreias. Entre elas os lançamentos de Samba Infinito, estrelado por Camila Pitanga e Gilberto Gil, e O Riso e a Faca, coprodução com Portugal, França e Romênia, com direção de Pedro Pinho.

Brasil à parte, Cannes contou com a exibição de alguns dos filmes mais aguardados do ano.

Os destaques vão para O Esquema Fenício, de Wes Anderson, que conta a história de sucessão de um dos homens mais ricos da Europa, perseguido por empresários e governos, para sua filha; A História do Som, de Oliver Hermanos, protagonizado por Paul Mescal, que interpreta um jovem cantor que vai estudar em Boston e se apaixona por outro estudante, estrelado por Josh O’Connor; e Eddington, de Ari Aster, que traz às telonas os atores Pedro Pascal e Joaquin Phoenix em um conflito de xerife e prefeito durante uma pandemia no Novo México. Emma Stone e Austin Butler também fazem parte do elenco e passaram pelo evento.

Falta de estrelas nunca foi um problema para Cannes. 


ARTE

Mundo afora

Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, indica cinco museus que marcaram sua trajetória

“A arte se revela de muitas formas e, para mim, alguns lugares a tornam uma experiência inesquecível”, diz Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo. “Entre tantos espaços que já visitei, existem aqueles que ficaram comigo, seja pelo impacto da arquitetura, seja pelo diálogo com a história, seja pelo modo como apresentam o mundo por meio da arte.”

Pinacoteca do Ceará: um marco no Complexo Cultural das Artes (André Seiti/Divulgação)

Nordeste brasileiro

A Pinacoteca do Ceará me enche de orgulho. Inaugurada em 2022, ela se impõe como um marco para a cultura cearense, ocupando o belíssimo Complexo Cultural das Artes e ampliando o acesso à produção artística nordestina e brasileira. Um espaço jovem, mas já indispensável. Pinacoteca do Ceará: Rua 24 de Maio, Praça da Estação s/no. Centro, Fortaleza

Centenário das artes

O Metropolitan Museum of Art (Met) marcou meus anos em Nova York e moldou minha relação com os museus. Fundado em 1870, o Met é uma cidade dentro da cidade. Ele condensa a história da arte mundial em suas galerias. Metropolitan Museum of Art: 5a Avenida, 1.000. Nova York, Estados Unidos

Assinatura italiana

A Fundação Prada, em Milão, sempre me surpreende. Instalado em uma antiga destilaria de conhaque do século 19, o espaço expande a noção de museu ao se tornar um laboratório para a arte contemporânea. Fundação Prada: Largo Isarco, 2. Milão, Itália

Contemplação parisiense

O Musée de L’Orangerie, em Paris, é para mim uma experiência muito linda e única. Foi ali que Monet instalou os imensos painéis das Nenúfares, concebidos como um refúgio para o olhar após a Primeira Guerra Mundial. Dentro das salas ovais, o tempo parece parar, e a pintura se torna quase um ambiente imersivo. Musée de L’Orangerie: Jardin des Tuileries. Paris, França

Joia inglesa

A minha indicação número 1 é a Tate, em Londres. O complexo da Tate é um exemplo de como um museu pode ser um organismo vivo. A Tate Modern, em especial, ao transformar uma usina elétrica dos anos 1940 em um dos museus mais visitados do mundo, prova que a arte é também uma questão de reocupação e reinvenção. Tate Modern: Bankside, Londres SE1 9TG, Reino Unido


Um lugar para experimentar mel...

...em Mato Grosso

No alto da Serra do Roncador, entre chapadas e cachoeiras de Mato Grosso, quase divisa com Goiás, a Casa Roncador produz mel orgânico de acácia. A espécie foi plantada para recuperar pastagens e atraiu abelhas que hoje rendem um mel com sabor de cerrado, fruto de um terroir a 750 metros de altitude e clima ameno.

...em São Paulo

Em Atibaia, interior paulista, a Mbee nasceu em 2012, quando Márcia e Eugênio Basile descobriram o potencial da Fazenda Itaicá para a apicultura. Hoje, produzem mel com terroir da Mantiqueira e garimpam méis raros de abelhas nativas sem ferrão em 13 estados e de 50 pequenos fornecedores.

...em Santa Catarina

No Sítio Flor de Ouro, em Florianópolis, Pedro Gonçalves e Bruna de Paula, meliponicultores e agricultores, criam abelhas nativas sem ferrão há mais de 15 anos. Da Saburá saem méis e produtos medicinais como própolis, pomadas e sprays, todos feitos artesanalmente com ingredientes 100% naturais e agroecológicos.

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