Lourival Araújo, CEO da Blue Company (Leandro Fonseca (foto) e Catarina Bessell (Ilustração)/Exame)
Repórter
Publicado em 31 de julho de 2025 às 20h00.
Não é raro ver histórias de empresas que saem do zero para o primeiro bilhão de reais em poucos anos. Em comum, elas conseguem ampliar o portfólio de forma rápida. É o caso do plano de saúde Blue Company, fundado em 2022 em Salvador. Em 2024, a empresa conquistou o primeiro lugar no Ranking EXAME Negócios em Expansão na categoria de 30 milhões a 150 milhões de reais.
De lá para cá, o faturamento da Blue Company saltou 927%, para 317 milhões de reais. Resultado: a empresa pulou uma categoria do ranking para conquistar o primeiro lugar entre as empresas com receitas de 300 milhões a 600 milhões de reais. “Desde o primeiro dia, a Blue se comportou como uma grande empresa”, diz Lourival Araújo, CEO e um dos fundadores. “Nunca pensamos pequeno.” Nos últimos 12 meses, a companhia ampliou a presença geográfica: de 1.800 para 36.000 pontos de atendimento em 22 estados. O número de vidas cobertas pela Blue triplicou desde o fim de 2023 e hoje está em mais de 100.000.
Agora a empresa aposta em tecnologia para novas fontes de receita. Ela vai abrir uma unidade financeira para comprar dívidas de hospitais e, em troca, ganhar deles a cobertura para os segurados da Blue. Em paralelo, quer vender consultas de telemedicina por 29 reais a quem não tem plano de saúde. Em paralelo, eles também querem replicar o modelo de venda de gift cards de streamings como Netflix e Spotify em lojas de departamento. “Queremos parcelar o valor de uma tomografia em até dez vezes para quem não possui cartão de crédito”, diz Araújo, para quem o futuro da saúde passa pela telemedicina para as massas.
A mudança rápida de rumo explica o bom resultado da Up2Tech, segunda colocada na categoria. Fundada em 2014, a empresa de Guarulhos, na Grande São Paulo, importava antenas parabólicas da China para as operadoras Sky e Claro. O avanço do streaming colocou o modelo de negócios da TV paga em xeque. A partir de 2019, o fundador Rodrigo Abreu investiu energias no comércio eletrônico NegociuN, presente nos principais marketplaces com 70 marcas de eletrônicos, entre eles os videogames PlayStation e Nintendo. Em 2024, a receita bateu 460 milhões de reais, alta de 142% em 12 meses. Agora prepara uma expansão para o México. “Estamos crescendo muito em tecnologia e gestão”, diz Abreu.
A ambição global a caminho do primeiro bilhão é também uma meta da Modular Data Centers. Aberta em 2021 em Barueri, na Grande São Paulo, a empresa fornece uma espécie de contêiner adaptado para rodar um data center. A IA fez do setor um gargalo mundial — cada consulta ao ChatGPT consome uma montanha de dados. Assim, o serviço da Modular Data Centers passou a ser requisitado por clientes em toda a América Latina. Em 2024, a empresa faturou 597 milhões de reais, 132% de alta em 12 meses. Agora se prepara para atender clientes nos Estados Unidos e na Europa. “Queremos exportar tecnologia a partir do Brasil”, diz Alinie Mendes, CEO da companhia.
Por trás de negócios a caminho do bilhão também estão histórias de quem aprendeu a vender mais para os clientes de sempre. É o caso da Tecnogera, empresa aberta em 2006, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. O negócio começou com aluguel de geradores para quem não pode correr o risco de ficar sem energia, como hospitais e grandes eventos. “Logo percebemos que poderíamos ir além”, diz a sócia-fundadora Andrea Curi.
Um dos novos carros-chefe da Tecnogera são as plataformas elevatórias, estruturas mais seguras que andaimes e escadas para colocar alguém trabalhando nas alturas. O novo serviço ajudou a Tecnogera a faturar 483 milhões de reais em 2024, alta de 61%. Neste ano, a companhia quer superar os 650 milhões de reais em faturamento. Para isso, aposta numa nova tecnologia de baterias de lítio para reduzir o consumo de energia das plataformas elevatórias.
Veja a lista completa das empresas selecionadas para o ranking aqui.