Revista Exame

Do apoio à influência

A crescente importância dos recursos humanos revela um mundo em transformação com o avanço da inteligência artificial

Camila Asenjo, CHRO da Yduqs: treinamento em tecnologia e ferramenta para cuidar da saúde mental dos funcionários (Leandro Fonseca /Exame)

Camila Asenjo, CHRO da Yduqs: treinamento em tecnologia e ferramenta para cuidar da saúde mental dos funcionários (Leandro Fonseca /Exame)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06h00.

“O RH deixou de ser uma área de apoio para ser uma área de influência.” A reflexão é de Sofia Esteves, fundadora da empresa de seleção Cia de Talentos, para o especial de capa desta edição da EXAME. Assinada por Layane Serrano e Isabela Rovaroto, a reportagem traz as lições das 18 empresas vencedoras da segunda edição do Prêmio EXAME Melhores em Gestão de Pessoas. São empresas que há tempos entenderam que o antigo departamento de recursos humanos é cada vez mais estratégico para o sucesso ou o fracasso de uma companhia. Os executivos de cultura e pessoas são tão ou mais influentes que seus pares de finanças, marketing -— e tecnologia.

Com a inteligência artificial ganhando espaço, as oportunidades e as angústias crescem. Segundo o relatório Future of Jobs 2025, do Fórum Econômico Mundial, a IA vai cortar até 92 milhões de empregos até 2030, assim como criará outras 170 milhões de vagas. É um mundo em transformação, com dez entre dez funcionários se perguntando até que ponto podem melhorar sua eficiência com um prompt no -ChatGPT, ou se acabarão mesmo é substituídos pela IA.

Na entrevista especial desta edição, Ronnie Chatterji, economista-chefe da -OpenAI, afirma ao editor Luciano Pádua que o mais provável é você perder o emprego para alguém que saiba usar bem a IA. Chatterji, claro, tem interesse em mostrar os benefícios das novas tecnologias. Ainda assim, sua visão de que o Brasil pode ser um dos protagonistas globais nessa revolução é animadora. “Além de ter muitos usuários, o Brasil lidera em desenvolvedores. São os programadores e desenvolvedores que estão usando IA e construindo aplicativos com base nela”, diz o especialista.

É um cenário que amplia, também, os desafios dos executivos de RH. Que governança terão as empresas no futuro? Os especialistas em inteligência artificial ficarão restritos aos times de tecnologia, ou estarão espalhados pela companhia? Na dúvida, a TIM Brasil, uma das empresas selecionadas nesta edição do Prêmio Melhores em Gestão de Pessoas, treina suas equipes para empregos que ainda não existem. O gigante de educação Yduqs criou um programa interno de gamificação que estimula equipes a encontrar novos usos para a inteligência artificial. Em outra frente, oferece acesso a uma ferramenta para cuidar da saúde mental que já engajou 26% dos funcionários.

Num mundo em transformação, abraçar o novo sem perder as noites de sono é um desafio e tanto. E uma enorme responsabilidade para os cada vez mais relevantes profissionais de RH.




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