Revista Exame

Mais fiéis, menos padres: como a Igreja Católica mudou durante o papado de Francisco

Dados mostram avanço do número de fiéis, especialmente na África

Papa Leão XIV visita o túmulo de Francisco: novo pontífice promete continuar trabalho do antecessor (Corbis/Getty Images)

Papa Leão XIV visita o túmulo de Francisco: novo pontífice promete continuar trabalho do antecessor (Corbis/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 22 de maio de 2025 às 06h00.

Doze anos separam o conclave que elegeu o papa Francisco, em março de 2013, do encontro que elegeu o papa Leão XIV, em 8 de maio. Nesse período, a Igreja Católica teve um crescimento considerável no número de fiéis: passou de 1,2 para 1,4 bilhão de pessoas, segundo a própria instituição, que coloca na conta todas as pessoas batizadas, mesmo que não sigam a religião. Foi uma alta de 15,8%, acima do crescimento da população global, que subiu 13,7% no período.

O crescimento foi puxado pelo aumento de fiéis na África, que passou a abrigar 20% dos católicos do mundo. A Igreja ganhou força especialmente na República Democrática do Congo, Nigéria e em Uganda, segundo o Anuário Pontifício 2025. No entanto, a maioria dos católicos  — 47% — está nas Américas, a terra do novo papa Leão XIV, nascido nos EUA e que se tornou cidadão do Peru.


Número de católicos no Brasil

O Brasil é o maior país católico do mundo, com 182 milhões de batizados, segundo a igreja. Mas o número de praticantes por aqui caiu. Eram 73,6% em 2000 e 64,6% em 2010, de acordo com dados do IBGE. Os números de religião do censo de 2022 serão relevados só no segundo semestre. Uma pesquisa de 2022 do instituto Datafolha mostrou que 51% dos brasileiros se declararam católicos, enquanto 22% disseram ser evangélicos.

O avanço de outras religiões cristãs contribuiu para a redução no número de padres, apontam especialistas. “Surgiram outras formas de dedicação religiosa que não o sacerdócio”, diz Francisco Ribeiro, pesquisador e editor no jornal católico O São Paulo.

Para o padre Reuberson Ferreira, professor de teologia da PUC-SP, a queda reflete ainda uma questão demográfica. “Geralmente, as famílias com muitos filhos costumavam fornecer sacerdotes. Como as famílias encolheram, isso mudou”, diz.

Acompanhe tudo sobre:1275Igreja CatólicaVaticanoReligião

Mais de Revista Exame

Empresas fora de série

Excelência brasileira

As lições de quem rompeu fronteiras

O ano dos recordes