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Memórias em aquarela: como fazer pinturas em casamento virou um negócio para essa paranaense

Artista paranaense trocou o mercado financeiro por uma tela em branco — e hoje fatura alto

Marina Marques: a artista pode trabalhar até  16 horas em um fim de semana (Jeferson Rodrigues/Divulgação)

Marina Marques: a artista pode trabalhar até 16 horas em um fim de semana (Jeferson Rodrigues/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.

Marina Marques poderia estar calculando planilhas. Mas, aos 31 anos, a jovem de Londrina encontrou no pincel seu caminho — e criou um negócio que une arte e cerimônia.

Mesmo formada em economia e engenharia de produção, ela deve faturar cerca de 500.000 reais neste ano com a pintura ao vivo de casamentos. A virada veio após um intercâmbio na Escócia, onde, enquanto cursava matemática financeira, fez aulas de pintura. Era um hobby, mas acendeu o alerta: a rotina no mercado financeiro não fazia mais sentido.

De volta ao Brasil, pediu demissão e passou a buscar propósito. Começou vendendo aquarelas sob encomenda, mas o negócio era instável. Em 2023, uma noiva pediu que pintasse sua cerimônia ao vivo, inspirada em vídeos de casamentos internacionais. Marina topou, treinou e viu ali uma nova oportunidade. “Pintar em tempo real exige preparo físico, concentração e técnica. É bem diferente do ateliê”, diz. 

Como funciona o trabalho de Marina

Marina passa cerca de seis horas pintando em cada festa de casamento.

A produção começa durante a cerimônia e é quase finalizada ali, com o acabamento feito posteriormente em estúdio. O resultado é um quadro do casal com detalhes pensados sob medida. Os preços começam em 10.000 reais e variam conforme o local e o tamanho da obra. Em média, ela realiza de quatro a oito casamentos por mês. Além da execução, o trabalho envolve curadoria artística. O casal pode escolher o momento retratado ou se vai incluir pets ou padrinhos.

“Teve noiva que mudou a data do casamento só para conseguir fechar comigo”, diz a artista, que já tem o calendário fechado para o ano. Desde o início, a artista se propôs a tornar sua arte economicamente viável. “Queria ser artista, mas também empresária.” 


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